IBGE

BH atinge ‘quórum’ para ter mais dois vereadores em 2016 

Número de cadeiras pode ir de 41 para 43 em função do aumento da população, que soma 2,49 milhões

Dom, 17/05/15 - 03h00
Plenário. Para aumentar o número de cadeiras na Casa, os vereadores precisam aprovar um Projeto de Emenda à Lei Orgânica (Ploa) | Foto: Mila Milowski

Os moradores de Belo Horizonte estão prestes “ganhar”, nas próximas eleições, mais dois vereadores. O total de representantes na Câmara deverá passar dos atuais 41 parlamentares para 43. O acréscimo se deve ao aumento da população da capital, que, pela primeira vez, bateu a marca dos 2,4 milhões de habitantes. A Constituição diz que, acima deste número, os municípios têm direito a 43 cadeiras no Legislativo. A Câmara já estuda, inclusive, obras de expansão para abrigar os novos colegas.

O martelo sobre a mudança deve ser batido nesta segunda, em reunião da Mesa Diretora, e a proposta já está sendo analisada pelo presidente da Casa, Wellington Magalhães (PTN). Para oficializar as novas cadeiras, os vereadores têm que aprovar uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Ploa) alterando a composição do plenário. O projeto tem que ser assinado por pelo menos 21 vereadores para tramitar.

O texto precisa passar por comissão especial e receber pelo menos 28 votos favoráveis no plenário em primeiro e segundo turno.

Estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostra 2.491.109 moradores na capital em 2014. Em 2012, ano da última eleição para a Casa, o número era de 2.395.785. “Não é nem uma questão de ser contra ou a favor, mas é uma questão de direito, de legalidade. Se houver consenso, apresentamos imediatamente o projeto, e ele será votado nos próximos dias”, afirma Magalhães. Pedro Patrus (PT) se diz contra. “Já tem número suficiente. Além disso, implicaria em mais gastos”.

Expectativa. Nos bastidores, a ampliação é vista como motivo de comemoração e representa uma chance maior para os atuais vereadores se reelegerem. O acréscimo de 95.324 moradores, gerando duas vagas a mais, chega num momento em que o modelo de disputa está sendo repensado no bojo da reforma política, e é possível que a polêmica proposta do voto distrital – em que os mais votados são eleitos – passe no Congresso. Atualmente, a eleição depende da quantidade de votos totais recebida pelo partido ou coligação.

O modelo proposto poderia dificultar a reeleição de alguns parlamentares, mas há quem apoie. Bim da Ambulância (PTN), por exemplo, acredita que o distrital aumentaria a representatividade da população. “Seria mais justo, já que só os candidatos com mais votos seriam eleitos. Por outro lado, fica mais difícil, porque teria a particularidade de que as pessoas vão analisar mais os candidatos”, avalia. Magalhães compartilha da opinião. “O distrital é o mais legítimo”, diz.

Já Pedro Patrus critica o modelo. “Favorece o coronelismo e o poder econômico das campanhas. Sou votado em todos a cidade, meu mandato é de discutir política para toda a cidade”.

Cálculo
Base.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Minas, o padrão é que o Censo baseie as mudanças. Mas, como o levantamento ocorre a cada dez anos, a estimativa anual do IBGE é aceitável.

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