O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou que a manutenção do Auxílio Brasil a R$ 600 no próximo ano depende de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que só será debatida e eventualmente apresentada depois das eleições.
Em entrevista ao Flow Podcast nesta segunda-feira (8), ele afirmou que o valor para 2023 "já está negociado e acertado" com o ministro da Economia, Paulo Guedes, mas recuou ao ser questionado se o benefício ainda será de R$ 600 caso ele não seja reeleito em outubro deste ano. "Não. Isso aí vai depender de uma Proposta de Emenda à Constituição depois das eleições", respondeu.
O mandatário já tinha indicado que atuava para manter a quantia no próximo ano, mas nunca tinha admitido publicamente que a ação poderia ser condicionada ao cenário eleitoral. Umas dessas ocasiões foi no lançamento da candidatura dele à reeleição, em 24 de julho.
O novo valor começou a ser pago neste mês depois que o Congresso Nacional aprovou uma PEC para decretar situação de emergência no país e turbinar benefícios sociais às vésperas das eleições - o que seria proibido pela legislação eleitoral se não houvesse o estado excepcional - e somente até 31 de dezembro deste ano.
A proposta foi chamada de PEC Kamikaze por prever um grande gasto público de mais de R$ 40 bilhões. Além do aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 por cinco meses, será pago um auxílio para taxistas e caminhoneiros subsidiarem o preços dos combustíveis e um auxílio-gás.
"Ela [PEC Kamikaze] fez uma série de bondades, sim, não há dúvida. Mas você acha justo em alguns estados você pagar R$ 2,30 de ICMS na gasolina? O diesel vai continuar zerado de imposto federal no ano que vem. Estamos negociando para a gasolina continuar a mesma coisa", acrescentou.
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