Levantamento do site Congresso em Foco mostra que um grupo de 12 servidores da Câmara obteve supersalários ao acumular os rendimentos recebidos na Casa e no Senado. Cinco deles engordaram os contracheques dessa forma e também com o uso de cargos comissionados, que não eram contabilizados pelo Legislativo para limitar os rendimentos ao máximo permitido.
Alguns ganharam até R$ 59 mil por mês em valores de 2010, quando o teto era de pouco menos de R$ 27 mil mensais – atualmente é de R$ 29 mil.
O site obteve relatório produzido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após fiscalização na folha de pagamentos da Câmara. O documento integra investigação concluída há três anos, que encontrou ao todo 1.111 funcionários com rendimentos acima do teto constitucional.
Em média, cada funcionário recebeu R$ 44 mil brutos em julho de 2010, de acordo com os números apurados pelo tribunal. Em julgamento no plenário, o TCU determinou que a investigação sobre esse grupo de funcionários com supersalários fosse separada dos autos até o julgamento de processos semelhantes.
No topo da lista, está um consultor de orçamentos da Câmara, que recebeu em julho de 2010 R$ 59 mil. Deste montante, R$ 32,2 mil foram pagos pela Câmara dos Deputados e R$ 26,7 mil pelo Senado, onde já era aposentado. Mesmo com o abate-teto, os auditores do tribunal identificaram que os rendimentos dele estavam R$ 31 mil acima do limite máximo para a época. O consultor se aposentou em outubro, após a Casa cumprir ordem do TCU de cortar os rendimentos acima do teto. Em seguida aparecem duas servidoras que receberam, respectivamente, R$ 53 mil e R$ 51 mil em julho de 2010.
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