O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL-MA) teria sido flagrado pela Polícia Federal com dinheiro que seria do ‘orçamento secreto’, afirma reportagem publicada pela revista Crusoé, nesta sexta-feira (3).
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e próximo do presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, Maranhãozinho está no centro de duas investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar um esquema que negocia emendas parlamentares em troca de apoio no Congresso. O parlamentar é o presidente do partido no Maranhão e foi prefeito do município de Maranhãozinho.
Na última quarta-feira, o deputado foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal para coletar provas de sua participação no esquema. Segundo a reportagem da Crusoé, a trama desviaria milhões de reais em verbas federais destinadas a obras e à área de saúde.
A apuração teria registrado imagens nas quais Maranhãozinho aparece manuseando maços de dinheiro que, segundo a Polícia Federal, são produto do esquema envolvendo as emendas parlamentares. A cena foi registrada em seu escritório político, em São Luís-MA.
De acordo com a reportagem, o esquema consistia em repassar, para empresas vinculadas diretamente ao deputado, dinheiro de verbas parlamentares enviado a municípios comandados por aliados dele. Logo depois, ocorriam saques de grandes quantias na boca do caixa, feitos por pessoas ligadas diretamente ao deputado. Por fim, o dinheiro era deixado no escritório político de Maranhãozinho.
A reportagem relata uma “ação controlada” da PF autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF, relator de uma das ações. Os agentes instalaram uma câmera e equipamentos de escuta no escritório e teriam descoberto que o lugar era uma espécie de bunker usado para guardar o dinheiro desviado. Bolsas cheias de dinheiro seriam deixadas no local por operadores do parlamentar, além de funcionários contando as quantias e o próprio Maranhãozinho com as mãos cheias de dinheiro.
No STF, Josimar de Maranhãozinho é investigado pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude a licitação.
A assessoria de Josimar de Maranhãozinho nega que ele tenha participação em desvios de verba e alega que as quantias em espécie guardadas no escritório constam na declaração de Imposto de Renda do deputado.