Eleições 2022

Pacheco sobre críticas às urnas: ‘Candidato não pode pautar eleição’

Presidente do Senado destacou que candidatos precisam se ocupar com propostas que convençam o eleitor, o que é 'muito melhor do que questionar o processo de votação'

Por Lucyenne Landim
Publicado em 09 de maio de 2022 | 09:33
 
 
Rodrigo Pacheco Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal

O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), subiu o tom contra questionamentos feitos ao processo eleitoral brasileiro e declarou que candidato não pode pautar a eleição. De acordo com Pacheco, a Justiça Eleitoral tem eficiência e sistemas capazes de garantir transparência à população.

 "Que os candidatos se ocupem em apresentar propostas para fazer o convencimento do eleitor, muito melhor do que questionar o processo de votação", disse em entrevista à Globonews na noite de domingo (8). “A Justiça Eleitoral tem a sua autonomia, tem a sua eficiência, tem a sua capacidade, e precisa ser neutralmente respeitada e ter, em relação a ela, confiança”, acrescentou.

“A escolha dos candidatos e o processo eleitoral é coisa que deve ser cuidada pelo Poder Judiciário. Aliás, o Poder Executivo tem membros que disputam a eleição, o Poder Legislativo tem membros que disputam a eleição, e candidato não pode pautar eleição. A eleição é definida por uma Justiça especializada vinculada ao Poder Judiciário e isso precisa ser respeitado no Brasil”, completou.

Apesar de não citar nomes, a fala do presidente do Senado pode ser interpretada como direcionada ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que coloca dúvidas sobre a confiança da urnas eletrônicas e do processo de contagem de votos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com frequência.

Além de já ter dito que não aceitará uma derrota pelas urnas eletrônicas e pedir “eleições limpas”, o mandatário disse, no final de abril, que as Forças Armadas sugeriram ao TSE uma contagem paralela dos votos para que “seja feita uma ramificação um pouquinho à direita”.

Bolsonaro também anunciou que o PL, partido que é filiado e irá concorrer à reeleição, irá contratar uma empresa para fazer uma auditoria nas eleições.

Ainda na entrevista, Pacheco relembrou que a instituição do voto impresso, pauta defendida por Bolsonaro e aliados e derrotada na Câmara dos Deputados em agosto de 2021, é assunto superado.

"Esse é um tema superado, inclusive pelo Congresso Nacional, que fez uma opção clara de rechaçar a hipótese de voto impresso e de fazer prevalecer esse sistema de referência mundial que nós temos que é o sistema eletrônico de votação”, destacou.

Já nesta segunda-feira (9), Pacheco fez uma publicação no Twitter reforçando fala na entrevista de que não se pode admitir "sequer uma bravata" sobre assuntos relacionados ao fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), não realização das eleições e novas ameaças de ditadura militar e de atos que ataquem instituições. Veja abaixo:

Não podemos admitir sequer uma bravata relacionada a fechamento do STF, a cancelamento de eleições, a volta da ditadura militar ou de atos institucionais. pic.twitter.com/gOZe9JwvWg

— Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) May 9, 2022

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