ENVOLVIMENTO COM DOLEIRO

Conselho de Ética instaura processo contra André Vargas

Integrantes da bancada do PT podem, no entanto, recorrer da decisão junto ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)

Qua, 09/04/14 - 16h38

O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Ricardo Izar (PSD-SP), rejeitou nesta quarta-feira (9), a questão de ordem apresentada por integrantes do PT para tentar impedir a instauração de processo disciplinar contra o deputado André Vargas (PT-PR). Na sequência, Izar determinou a abertura da ação contra o petista.

Integrantes da bancada do PT podem, no entanto, recorrer da decisão junto ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A questão de ordem foi apresentada no início da sessão pelo deputado Zé Geraldo (PT-PA). De acordo com o petista não poderia ser aberto o processo por ele se basear em reportagens jornalísticas relativas à investigações da Polícia Federal (PF) que culminaram com a deflagração da operação Lava Jato.

"Note-se que são matérias jornalísticas que dão a versão daqueles meios de comunicação aos fatos e expõem supostas provas que teriam origem em fontes daqueles noticiosos", afirmou Geraldo. Durante a leitura do documento, o petista defendeu que as investigações contra André Vargas sejam feitas na Corregedoria, como propôs o Psol. "Em sua representação, o Psol, por intermédio do seu líder, deputado Ivan Valente (SP), enfatizou que a Corregedoria corresponde à instância apropriada para a investigação das acusações", ressaltou o paraense.

O vice-líder do Psol, Chico Alencar (RJ), criticou, no entanto, a iniciativa de integrantes do PT. "Espero que esse conselho não se demita vergonhosamente de suas funções", afirmou o carioca. A manobra dos petistas é feita de olho na possibilidade de Vargas ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Caso ele seja condenado no Conselho de Ética, pode perder o mandato em votação aberta no plenário e passaria a ficar inelegível. Caso se inicie uma investigação na Corregedoria, somente após concluído e votado o relatório ele seria enviado para o Conselho de Ética. "Não existem provas, além de notícias jornalísticas baseadas em fontes anônimas ou obtidas ilegalmente de um inquérito policial sigiloso", disse Geraldo.

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