Tensão na Ásia

Coreia do Norte está próxima de realizar teste nuclear, o primeiro desde 2017

Apesar do forte surto de Covid-19 registrado recentemente no país empobrecido e isolado, novas imagens de satélite mostraram que a Coreia do Norte reativou a construção de um reator nuclear

Qui, 26/05/22 - 11h38
Pessoas assistem uma transmissão de notícias com imagens de um teste de mísseis norte-coreanos, em uma estação ferroviária em Seul, em 25 de maio de 2022, após a Coreia do Norte disparar três mísseis balísticos em direção ao Mar do Japão | Foto: JUNG YEON-JE/AFP

A Coreia do Norte se prepara para um teste nuclear, o primeiro desde 2017, quando o país comandado por Kim Jong-un apresentou ao mundo a sua mais letal arma, uma bomba-H.

Nos últimos meses, o líder norte-coreano tem defendido em várias ocasiões acelerar seu programa para modernizar seu exército e seu arsenal, dotado de armas nucleares.

Apesar do forte surto de Covid-19 registrado recentemente no país empobrecido e isolado, novas imagens de satélite mostraram que a Coreia do Norte reativou a construção de um reator nuclear.

Na quarta-feira (25), a Coreia do Norte testou um  míssil balístico intercontinental e duas armas de curto alcance no Mar do Japão, logo após o presidente norte-americano, Joe Biden, deixar o Japão.

Já nesta quinta-feira (26), a agência de notícias Yonhap afirmou que os serviços de inteligência e satélites detectaram possíveis sinais de que a Coreia do Norte está conduzindo uma preparação de um teste nuclear. 

O alerta foi feito pelo vice-conselheiro de segurança nacional sul-coreano, Kim Tae-hyo, afirmando que Pyongyang testará um “dispositivo de detonação nuclear”.

O vice-conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul afirmou que “a possibilidade de um teste nuclear iminente no próximo dia ou dois era baixa, mas depois disso (o teste de quarta), certamente há uma possibilidade”. 

Coreia do Norte lançou mísseis no Mar do Japão durante visita de Biden ao país

Autoridades norte-americanas e sul-coreanas já haviam alertado para a possibilidade de a Coreia do Norte realizar um teste de míssil ou nuclear — ou ambos — durante ou logo após a visita de cinco dias de Joe Biden à Ásia.

A Coreia do Norte lançou três mísseis balísticos em direção ao Mar do Japão na quarta-feira (noite de terça, 24, no Brasil), justamente após o encerramento da viagem de Biden à Coreia do Sul e ao Japão.

O Estado-maior Conjunto da Coreia do Sul informou em nota que "havia detectado por volta das 6h (locais, 18h de Brasília), 6h37 e 6h42 os disparos de mísseis balísticos da região de Sunan", onde fica a capital norte-coreana, Pyongyang.

O serviço da guarda costeira japonesa advertiu para o lançamento de "um possível míssil balístico" norte-coreano e pediu a seus navios que se mantivessem distantes de objetos caídos na água.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse à imprensa que seu governo estava tentando confirmar a informação sobre o ocorrido.

O novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, presidirá um encontro do Conselho de Segurança na manhã desta quarta para abordar estes lançamentos, anunciou seu gabinete.

Yoon, empossado no cargo este mês, defendeu endurecer a política de Seul para o vizinho comunista do norte, após cinco anos de diplomacia frustrada de seu antecessor, Moon Jae-in.

Os disparos de quarta se somam a uma série recorde de testes militares de Pyongyang este ano, que inclui o lançamento de um míssil balístico intercontinental pela primeira vez desde 2017.

Durante sua estada em Seul, Biden e Yoon Suk-yeol concordaram em "estabelecer conversações com vistas a ampliar o alcance e a escala dos exercícios e treinamentos militares conjuntos" diante da "ameaça que representa" a Coreia do Norte.

Antes de se despedir no domingo da capital sul-coreana com destino ao Japão, Biden afirmou que os Estados Unidos estavam "preparados para qualquer coisa que a Coreia do Norte fizer".

Perguntado se tinha uma mensagem ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, respondeu com um lacônico: "Olá. Ponto final".

Tanto a Coreia do Sul quanto os EUA têm advertido recentemente que o país comunista, sujeito a sanções internacionais por seu programa armamentício e nuclear, preparava um novo teste atômico.

Antes da visita de Biden, a Coreia do Sul afirmou que os preparativos tinham sido concluídos e que Pyongyang só estava esperando o momento adequado para realizá-lo. (Com France Press)

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.