Radicalização

Delegado e pré-candidato compara ação de deputado carioca com nazismo

Rodrigo Amorim (PTB-RJ) e assessores teriam interrompido caminhada com o pré-candidato ao governo do Rio, Marcelo Freixo (PSB)

Por FOLHAPRESS
Publicado em 17 de julho de 2022 | 17:52
 
 
Alexandre Saraiva Foto: Reprodução G1

O delegado da Polícia Federal e pré-candidato pelo PSB a deputado federal Alexandre Saraiva comparou, na manhã deste domingo (17), em uma postagem no Twitter, a ação do deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB-RJ), neste sábado (16), no Rio de Janeiro, a atitudes tomadas pelo partido nazista na Alemanha.

Pré-candidatos de partidos de esquerda relataram que o parlamentar bolsonarista interrompeu, junto com assessores, uma caminhada com o pré-candidato ao governo do Rio, Marcelo Freixo (PSB), na Tijuca, encurralando os participantes. Amorim, por sua vez, diz que foi ofendido pela equipe de Freixo.

Saraiva afirmou em sua postagem que "a situação lembra as ações das SA's (Sturmabteilung) do partido nazista que, através da intimidação de adversários políticos, foram decisivas na ascensão de Hitler entre 1930 e 1933".

A Sturmabteilung, citada por Saraiva, interrompia violentamente reuniões de partidos opostos, protegia comícios e assembleias nazistas e intimidava judeus e sindicalistas, sendo um de seus maiores alvos o Partido Comunista da Alemanha.

O delegado da PF é ex-superintendente da corporação no Amazonas e ganhou notoriedade no ano passado por ter sido retirado do cargo após enviar uma notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota (Pros-RR).

Na época, Saraiva, que apontou os crimes de obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa, disse que Salles e o senador estavam dificultando ações de fiscalização contra madeireiros.

Polícia investiga o caso

De acordo com os pré-candidatos de esquerda, Freixo saiu da praça pouco após a chegada de Amorim e não estava presente na hora de maior confusão. No fim da manhã, o caso foi registrado na 19ª delegacia como ameaça e injúria. A Ciaf (Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro) conduzirá o inquérito, segundo a Polícia Civil.

Os pré-candidatos afirmam que Amorim e seus apoiadores chegaram à agenda da aliança da esquerda - divulgada publicamente - gritando "traficantes e marginais". Houve discussão e os relatos indicam que, ao serem chamados de "milicianos", os homens se exaltaram, quebraram bandeiras e mostraram que estavam armados.