ALMG

Deputado defende até antigo adversário em moção de repúdio à Nísia Trindade

Presidente da Comissão de Saúde, Arlen Santiago saiu em defesa de Helvécio Magalhães, que chamou de “homem de bem, após exoneração do Ministério da Saúde

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 29 de março de 2024 | 08:00
 
 
Arlen Santiago (Avante), presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Foto: Luiz Santana/ALMG

O motivo de uma manifestação de repúdio proposta pelo deputado estadual Arlen Santiago (Avante) contra a ministra da Saúde, Nísia Trindade, chamou a atenção da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Conhecido entre os colegas como um crítico contumaz do PT, Arlen saiu em defesa do ex-secretário de Planejamento e Gestão do governo Fernando Pimentel (2015-2018) Helvécio Magalhães (PT) após Nísia exonerá-lo do Ministério da Saúde.

Para o presidente da Comissão de Saúde, Helvécio, que, desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), era secretário de Atenção Especializada à Saúde, teria sido demitido para encobrir “falhas” da ministra. “Aí, ela escolhe Minas Gerais para destilar o seu ódio (...), e demite o doutor Helvécio, um mineiro, que como todos os seres humanos têm suas falhas, mas têm suas grandes virtudes”, criticou o deputado, em plenário, no último dia 21.

O ex-secretário de Atenção Especializada à Saúde foi exonerado após a CEO da Potenza - empresa de consultoria e assessoria empresarial -, Grasielle Oliveira Esposito, se apresentar em seu nome, mesmo sem qualquer ligação com o Ministério da Saúde, em uma visita ao Hospital Federal de Bonsucesso (RJ). Além dele, o então diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles, foi demitido após uma reportagem exibida pelo Fantástico em 17 de março. 

A irritação de Arlen foi provocada pela interlocução que Helvécio fazia entre Minas Gerais e o Ministério da Saúde. “A senhora está usando um subterfúgio e pegando um homem de bem, como o doutor Helvécio, que as pessoas vão lá no ministério para poder mostrar os problemas em Minas e ele tem sido a mão solidária para não só nos ajudar, mas ajudar todo o Brasil”, acusou o presidente da Comissão de Saúde, que, ao concluir o seu pronunciamento, disse que “Minas não pode se calar”.

Apesar de hoje defender o ex-secretário de Planejamento e Gestão, Arlen o criticava publicamente há pouco tempo atrás. Em novembro de 2017, em um discurso no plenário da ALMG, o deputado ironizou tanto Helvécio quanto Pimentel em razão da retenção de repasses para hospitais. “Não é problema do governador, não é problema do secretário de Planejamento. Não há dinheiro, não tem jeito. Fica por isso mesmo”, questionou ele, que, à época, era 3º secretário da ALMG.

Procurado pelo Aparte, o Ministério da Saúde apenas agradeceu a colaboração de Helvécio. "O médico sanitarista e professor da Fundação Getúlio Vargas Adriano Massuda assume a secretaria. A área é responsável pelas políticas de alta e média complexidade, pelo fortalecimento de diagnóstico e tratamento do câncer e por estratégias como o Programa Nacional de Redução de Filas. Também está vinculado à secretaria o Departamento de Gestão Hospitalar, responsável pela gestão dos hospitais federais", pontuou.