Deputados criticam nomeação de Luísa Barreto para presidência da Emater

A nomeação da ex-secretária adjunta de Planejamento e Gestão e ex-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte nas últimas eleições pelo PSDB, Luísa Barreto, para o comando da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), oficializada nesta quarta-feira (16), foi criticada por deputados estaduais. Os parlamentares questionaram a experiência da gestora no setor rural e enxergaram a ação como mais um passo do governo de Minas na tentativa de fusão da Emater com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado (Epamig).

Em um tom duro, o segundo secretário da ALMG, Carlos Henrique (Republicanos), disse que o governo Zema optou por “exonerar um técnico capacitado e respeitado de carreira da Emater e substituir pela candidata derrotada nas urnas para a prefeitura de Belo Horizonte”, classificando a campanha da tucana como “pífia”. “Numa movimentação política sem o mínimo de discussão e de debate com profissionais competentes da área, servidores, diretores e técnicos, simplesmente nomeia-se alguém que não tem o mínimo de afinidade com gestão da agricultura”.

A nomeação de Luísa Barreto foi oficializada nesta quarta-feira no Diário Oficial. Ela foi nomeada no lugar de Gustavo Laterza de Deus, que ocupava o cargo desde abril do ano passado.

“Fica muito clara a tentativa do governo de se fazer uma fusão que até então não houve o mínimo debate nesta Casa, sobretudo com os servidores da Emater”, afirmou Carlos Henrique, que na sequência falou sobre a importância da Epamig e da Emater para o Estado e destacou que ambas, apesar de atuarem na mesma área, possuem atribuições diferentes.

Presidente da comissão de Saúde da ALMG, Carlos Pimenta (PDT) disse que a tentativa de fusão das duas empresas significaria o desmonte delas. “Estamos vendo apenas o ‘zumzumzum’, as conversas de bastidores, e (a tentativa) tomou mais corpo no dia de hoje, quando Gustavo, que é técnico da Emater e estava  na presidência, trabalhando assiduamente, (foi exonerado) e quem tomou posse foi a Luisa Barreto”.

“Ela não deve conhecer absolutamente nada de produção e extensão rural. Parece que já tem algo arquitetado aí”, complementou o parlamentar, ressaltando, no entanto, que a ex-candidata tucana tem capacitação técnica.

Procurado, o governo de Minas afirmou que a nomeação de Luísa aconteceu devido às suas competências técnicas. “Ela é servidora de carreira da Secretaria de Planejamento de Minas Gerais, especialista em políticas públicas e gestão governamental (EPPGG) e pós-graduada em gestão estratégica”, disse o governo, em nota.