ELEIÇÕES 2018

'Estou candidato', diz ex-presidente Lula durante evento em BH

Mais cedo o petista também fez críticas à intervenção federal do governo Temer no Rio

Por ANGÉLICA DINIZ
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 | 21:48
 
 

O ex-presidente Lula (PT) anunciou sua candidatura à Presidência da República na noite desta quarta-feira (21), em Belo Horizonte, durante a comemoração dos 38 anos do PT. “Quero dizer que não respeito a decisão da Justiça e aviso que estou candidato”, disse o líder petista diante de militantes do partido.

Em seu discurso, o ex-presidente voltou a dizer que não sabe quais serão as próximas decisões da Justiça, mas que não tem medo de ser preso. “Prendam minha carne, mas minhas ideias continuarão soltas”, afirmou.

Como em outros atos políticos do PT pelo país, o Poder Judiciário foi o principal alvo das críticas. Lula se disse perseguido pela elite brasileira por ter promovido mudanças sociais, o que teria desagradado a classe alta. “Eles não se importam que banqueiros ganharam muito dinheiro no meu governo, que empresários ganharam muito dinheiro. Eles não aceitam é que o pobre ganhou dinheiro no meu governo”, afirmou.

A senadora e presidente Nacional do partido, Gleisi Hoffman, atacou diretamente o juiz Sergio Moro e disse que a defesa de Lula entrou com embargos declaratórios no Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4) por 38 omissões, 16 contradições e cinco obscuridades cometidas sentença que condenou Lula pelo caso do Triplex.

“O juiz Sérgio Moro não tem condições de julgar o processo. Ele e sua mulher se manifestaram contra o ex-presidente nas redes sociais. Ele tem que ser impedido de conduzir os processos”, defendeu ela, dizendo ainda que o auxílio -moradia recebido por Moro é “ilegal”.

O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), investigado no âmbito da operação Acrônimo, também fez coro nos ataques ao Judiciário e disse que a ditadura quer voltar ao país sob a forma de juízes arbitrários. “A ditadura quer, sorrateiramente, voltar ao Brasil. Em vez de farda, usam togas. Em vez de tanques, mandados de busca”, afirmou Pimentel, que dessa vez escapou das vaias da militância.

No fim do seu discurso, Lula pediu voto para a reeleição de Pimentel para que “Aécio Neves aprenda mais uma vez lição”, finalizou.