Gabriel Azevedo

Flexibilização e responsabilidade

Reabertura do comércio em Belo Horizonte

Por Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2020 | 03:00
 
 

Após mais de cinco meses de isolamento social, Belo Horizonte flexibiliza as restrições impostas no esforço para conter a pandemia de Covid-19 na capital. O comércio está aberto de segunda a sexta-feira, bares e restaurantes foram autorizados a funcionar à noite, com a venda de bebidas alcoólicas, e academia e clínicas de estética foram incluídas no cronograma de retomada das atividades econômicas.

Neste momento em que a flexibilização, reivindicada já há algum tempo por boa parcela dos belo-horizontinos, torna-se realidade, é preciso que todos tenhamos consciência de que nossa responsabilidade como cidadãos e cidadãs de uma cidade com quase 2,6 milhões de habitantes fica ainda maior.

Controlar a pandemia e evitar a propagação de casos e o aumento do número de mortes é compromisso de todos, não está mais restrito às decisões das autoridades municipais.

É um momento crítico, que nos exige maior participação na vida da cidade, no esforço de reconstruir as bases da economia municipal, gravemente danificadas pela pandemia do novo coronavírus. A linha de raciocínio é simples: usar máscaras, higienizar bem as mãos com álcool em gel e água e sabão e evitar aglomerações são medidas cuja eficiência no controle da Covid-19 já foi demonstrada em diversos continentes.

Se nós, belo-horizontinos, conseguirmos conciliar o fim do isolamento social com a manutenção dos protocolos de prevenção e controle do novo coronavírus, a cidade poderá, em um tempo relativamente breve, proporcionar mais segurança sanitária para todos.

As metas são manter em níveis baixos o índice de contaminação, calculado em 0,95 na quarta-feira, e diminuir as taxas de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria. São esses os parâmetros usados pelo Executivo Municipal para definir se a flexibilização vai continuar ou se ela será suspensa.

É necessário dizer que Belo Horizonte, em caso de uma nova quarentena causada por uma segunda onda da pandemia, não conseguirá se recuperar tão cedo, com reflexos graves na arrecadação municipal, na geração de emprego e renda e na prestação de serviços essenciais à população, como saúde, educação e saneamento. Portanto, a flexibilização só trará os resultados que todos querem se for feita da forma correta, sem desrespeito aos protocolos sanitários de combate ao novo coronavírus.

A terceira lei de Newton, que nos é apresentada no ensino médio, define que “a toda ação corresponde uma reação, de mesmo módulo, mesma direção e de sentidos opostos”. Nada mais oportuno que o enunciado científico para nos lembrar que, caso as regras de prevenção da doença sejam ignoradas, medidas mais restritivas serão inevitáveis no futuro, com os prejuízos econômicos, sociais e de saúde que já abordei neste texto.

Dirijo aos jovens o apelo mais incisivo. Na França e em outros países onde a flexibilização já aconteceu, jovens assintomáticos se tornaram os principais transmissores do vírus, infectando familiares idosos e outros setores da população.

Em Belo Horizonte, caso o comportamento descuidado também se propague entre a parcela mais nova dos moradores da capital, o problema tem boas chances de se repetir. E é isso que nenhum de nós quer. Chegamos até aqui, não é hora de retroceder. Repito: vamos prevalecer.