Gabriel Azevedo

Inovação para o desenvolvimento econômico da cidade pós-pandemia

Gastronomia, formação digital e revitalização são exemplos

Por Gabriel Azevedo
Publicado em 23 de abril de 2021 | 03:00
 
 

No século XVII, uma epidemia de peste bubônica devastou Amsterdã, capital dos Países Baixos. Cerca de 10% da população morreu em decorrência da doença, e a economia da cidade, importante porto marítimo da Europa à época, foi paralisada. Entretanto, as autoridades e os habitantes da metrópole neerlandesa conseguiram conter a epidemia e retomar as atividades econômicas com muita rapidez. Em poucos anos, Armsterdã recuperou sua pujança comercial, num case ainda hoje estudado por economistas, e tornou-se uma das capitais mais desenvolvidas da Europa.

Foram duas as estratégias responsáveis pela recuperação econômica de Amsterdã: a atração de migrantes, para aumentar a população dizimada pela epidemia, e a adoção de hipotecas para a venda de terras, uma inovação na época. Em dez anos, o mercado imobiliário se estabilizou, e a cidade retomou seu ritmo de desenvolvimento. E como esse episódio do passado se relaciona com Belo Horizonte, que vive o momento mais grave da sua história?

Simples, no século XVII, diante da devastação causada pela peste bubônica, Amsterdã apostou na inovação, por meio da atração de migrantes e da venda de terrenos com garantia hipotecária, para reerguer a economia da cidade. Propor ideias inovadoras, encontrar soluções simples e criativas é a rota mais viável para revitalizar a economia de Belo Horizonte, gravemente atingida pela pandemia de Covid-19.

Este é um dos compromissos assumidos na campanha eleitoral e que já coloquei em prática. A retomada econômica de Belo Horizonte é um dos eixos do meu trabalho. Criei um conselho de mandato formado por economistas e empresários para assessorar minha atuação legislativa. O presidente do conselho é Flávio Froes, também presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro. Há duas semanas, tive uma reunião online com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Beato, e a subsecretária de Assuntos e Investimentos Estratégicos, Cristiane Amaral Serpa, justamente para conhecer o que está sendo feito para a recuperação da economia da cidade e como posso contribuir para dar celeridade a essas ações.

Fui informado das várias ações em andamento, como uma parceria com o Sebrae para incentivar a gastronomia, uma das vocações econômicas de Belo Horizonte. Estão sendo ofertadas mil vagas em cursos de boa prática para garçons e outros trabalhadores do setor. A Prefeitura, segundo o secretário Cláudio Beato, fará uma renúncia fiscal de R$ 250 milhões em favor do segmento de turismo e serviços da capital, criando facilidades para recuperação do segmento duramente atingido pela pandemia.

A Belotur está elaborando editais para o segmento gastronômico, para liberação de recursos. Cursos de marketing digital estão sendo oferecidos aos feirantes da Feira da Afonso Pena, para que eles possam se qualificar e ingressar no mercado digital. Em outra frente, há estudos para a recuperação da área central da cidade, com a adaptação de prédios comerciais em imóveis residenciais. A ampliação das calçadas e a instalação de parklets é outro incentivo proposto para o setor de bares e restaurantes.

Outra iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico é a produção do “Repositório de Recomendações e Boas Práticas Internacionais em Resposta ao Covid-19”. São práticas adotadas e aprovadas em diferentes países e cidades e que servem como parâmetro para algumas medidas a serem implementadas em Belo Horizonte. Vale a pena ler o conjunto de ideias que merecem ser utilizadas em nossa cidade. Como se vê, a inovação no enfrentamento de uma grave crise sanitária e socioeconômica, como Amsterdã fez no século 17, é um caminho promissor para avançar no período pós-pandemia de Covid-19 e retomar o crescimento econômico de Belo Horizonte. Se você também possui boas ideias para nossa capital, envie para ver.gabriel@cmbh.mg.gov.br e terei muita satisfação de, sendo possível, tirá-la do papel.