Governista chama Bolsonaro de 'Trump pé de chinelo' e fala em problema mental

O deputado governista Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, fez duras críticas contra Bolsonaro nesta quinta-feira (6). A fala foi um dia após o presidente atribuir novamente à China a 'criação' do vírus da Covid-19, e, horas depois dizer que não atacou o país asiático.

As críticas de Pinato foi durante entrevista à "Rádio Bandeirantes".  "Um chefe da nação que se sujeita a um papel desse chega a ser absurdo. A gente percebe, inclusive o Bolsonaro plagiando demais da conta o fanfarrão Trump. Temos o Trump pé de chinelo, junto com os filhos. Votou contra o pedido da Índia junto a OMC para  a quebra das patentes (de vacinas contra a Covid). [...] Ele não está defendendo os interesses do Brasil", disse o deputado em resposta 

Em parte da conversa com os jornalistas, o deputado declarou ter votado em Bolsonaro, mas que se sentia enganado. "Estamos sendo levados ao fundo do poço, um Titanic, e Bolsonaro tem sido o protagonista", disse. 

Na quarta-feira (5), quando o presidente declarou novamente que a China seria responsável pela pandemia do coronavírus, Pinato foi às redes sociais para publicar uma nota pedindo interdição civil de Bolsonaro para 'tratamento médico. Segundo o nota, o chefe da nação estaria com 'grave doença mental'.

"Na verdade não se trata de uma pessoa irresponsável, desequilibrada e sem noção de mundo. Na verdade, pode tratar-se de uma grave doença mental, que faz nosso presidente confundir realidade com ficção", comunicava a nota postada pelo deputado governista.

Relembre

Na quarta-feira (6) Bolsonaro sugeriu que o país asiático teria se beneficiado economicamente da pandemia e afirmou que a Covid pode ter sido criada em laboratório -ecoando tese que não encontra respaldo em investigação da OMS sobre as possíveis origens do vírus.

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou por algum ser humano [que] ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?", disse o presidente em evento no Palácio do Planalto, em Brasília. "Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês."
Mais tarde, Bolsonaro disse que não havia citado os chineses nas declarações.

"Eu não falei a palavra China no meu discurso. Sei o que é guerra bacteriológica, guerra química, guerra nuclear porque tenho formação. Só falei isso, mais nada", disse ele no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio.

NOTA DA FRENTE PARLAMENTAR BRASIL CHINA sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (5). Não compactuaremos com afirmações desrespeitosas e irresponsáveis contra a China, que tem sido grande parceira do Brasil na luta contra a pandemia da Covid-19. pic.twitter.com/owi3GJ1Wl7