Medidas

Governo de MG prepara ações para diminuir impacto do fim do auxílio emergencial

O temor é de que a situação da população que está em maior vulnerabilidade social se agrave; ações devem passar por medidas que estimulem a geração de renda para essa parcela da sociedade

Por Sávio Gabriel
Publicado em 25 de novembro de 2020 | 18:33
 
 

Com o fim do auxílio emergencial pago pelo governo federal em virtude da pandemia de coronavírus, benefício que encerra em dezembro e vai coincidir também com a última das três parcelas de R$ 39 pagas pelo governo de Minas à população que está em situação de maior vulnerabilidade social, o Executivo estadual já acendeu o alerta para uma iminente explosão da pobreza no Estado. Para tentar mitigar os impactos do fim dos programas de transferência de renda, um estudo já está em andamento de deve ser divulgado em breve.

A informação foi repassada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Titular da pasta, Elizabeth Jucá participou de sabatina realizada na Assembleia Legislativa (ALMG) nesta quarta-feira (25). “Estamos elaborando um plano com várias ações, que é exatamente (sobre) essa questão da transferência de renda, mas temos que colocar também várias famílias que não estão recebendo o Bolsa Família”, disse a gestora, ao responder um questionamento do líder da oposição, André Quintão (PT). Ela afirmou que é preciso um trabalho de articulação do governo junto à União para que as famílias entrem no programa do governo federal, o que diminuiria o impacto do fim do auxílio emergencial e do Renda Minas.

Durante a audiência, que foi realizada no âmbito do programa Assembleia Fiscaliza, Elizabeth Jucá esclareceu que as ações estudadas pelo governo do Estado vão passar por medidas de geração de renda. “(A ideia é) que elas possam ter amortecimento dessa questão (fim dos auxílios) inicialmente, mas que trabalhem que a gente possa dar possibilidade de as famílias gerarem a sua própria renda”, explicou, sem detalhar que medidas seriam essas.

O TEMPO procurou a assessoria de comunicação da Sedese, mas a informação é de que ainda não há mais informações sobre as medidas e que em breve as ações deverão ser divulgadas. Conforme o balanço apresentado na ALMG, o Renda Minas, lançado em setembro, está beneficiando 984.745 famílias em vulnerabilidade social no Estado, com um impacto direto em pouco mais de 2,7 milhões de pessoas. Não há previsão para postergação do programa, que será finalizado no próximo mês.

Também sem dar mais detalhes, Elizabeth Jucá afirmou que já existe uma discussão interna sobre como os recursos do Fundo de Erradicação da Miséria (FEM) e do acordo que o governo de Minas debate com a mineradora Vale podem ajudar na adoção de medidas. “É uma preocupação nossa. E esses estudos nós também estamos fazendo, acompanhando, e (analisando) que ações estamos fazendo emergencialmente, para dar mais ajuda, mas também estruturalmente. Como podemos fazer no futuro para que essas famílias gerem renda, se qualifiquem e saiam dessa vulnerabilidade”.

Nesse contexto, a titular da Sedese também afirmou que a pasta vem trabalhando num monitoramento de vagas para balizar as capacitações oferecidas à população. “Nós vínhamos qualificando pessoas (com habilidades) diferentes do que mercado absorvia. Fazíamos a qualificação desconectada e hoje estamos trabalhando nesse mapa para qualificar conforme a oferta de vagas”.