Governo de SP impõe limite a jetons

São Paulo. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que, a partir de agora, seus secretários só receberão o salário e o rendimento por participação em no máximo dois conselhos de empresas controladas pelo Estado. O anúncio foi feito dois dias após o jornal "Agora" revelar que a atuação em seis conselhos de estatais garantiu rendimentos de até R$ 86,5 mil em junho ao secretário da Fazenda, Andrea Calabi.

"Secretário que participar de conselho pode participar de quantos a lei determine, mas só pode receber por até dois. A lei permite que seja extrateto. Hoje (ontem), assinaremos o decreto que limita a dois, amanhã (hoje) será publicado no Diário Oficial e já passa a valer", disse o governador paulista.

Outro corte anunciado por Alckmin nos vencimentos do secretariado é no bônus por resultado. Em junho, Calabi recebeu R$ 4.400 por esse bônus.

Além do secretário de Fazenda, outro que terá seu rendimento reduzido é o chefe da pasta de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

Segundo o Portal da Transparência de São Paulo, em junho, ele ganhou R$ 33,1 mil por ser secretário e por participar de três conselhos de administração em empresas estatais.

Em Minas. Reportagem exclusiva de O TEMPO na edição de ontem revelou que os chamados jetons chegam a triplicar os salários de secretários de Estado.

Coincidentemente, aqui também o chefe da Fazenda é o que mais participa de conselhos: quatro, que fizeram o salário de Leonardo Colombini no mês de junho subir de R$ 7.700 líquido para R$ 22,8 mil. As informações estão divulgadas no Portal da Transparência do governo.

Depois de Colombini, a secretária de Planejamento, Renata Vilhena, é a que participa de mais conselhos de estatais. Vilhena incorpora ao salário mensal mais R$ 8.500, fazendo o rendimento chegar a R$ 16,25 mil.