Sem recursos

Governo federal descumpre envio de verbas do PAC em SP, diz Haddad

A crítica indireta à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) ocorre em meio à escassez de repasses de dinheiro federal à cidade, o que está emperrando a execução das principais promessas de campanha do prefeito.

Por Folhapress
Publicado em 01 de agosto de 2015 | 15:34
 
 

SÃO PAULO, SP - O governo federal descumpriu o cronograma de envio de verbas do PAC para São Paulo duas vezes neste ano. A informação é do prefeito Fernando Haddad (PT), que visitou escolas municipais na zona norte de São Paulo neste sábado (1).

"Dos R$ 14 bilhões para obras, entre Minha Casa, Minha Vida e PAC, a maioria já está licitada. Agora, cronograma de desembolso do PAC, eu ainda não tive. Brasília ainda não sinalizou, e pela segunda vez foi adiado o prazo sobre o cronograma de desembolso do PAC de São Paulo", disse Haddad.

A crítica indireta à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) ocorre em meio à escassez de repasses de dinheiro federal à cidade, o que está emperrando a execução das principais promessas de campanha do prefeito.

Em junho passado, a Folha de S.Paulo mostrou que apenas 5% de R$ 9 bilhões previstos no PAC SP (mobilidade, drenagem e recuperação de mananciais) chegaram à cidade. A verba foi alardeada no primeiro ano do mandato de Haddad em evento com a presidente na prefeitura. "O que a gente tinha que fazer, está sendo feito para deixar a cidade preparada", disse. O primeiro prazo venceu em março passado. O segundo, em julho.

Dívida

O prefeito disse, porém, que está avançada a renegociação da dívida com a União. Segundo o prefeito, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já assinou um acordo judicial costurado pelo ex-secretário municipal de Finanças da cidade, Marcos Cruz.

A renegociação diminuiria em R$ 30 bilhões o estoque da dívida do município com o governo federal, que gira em torno de R$ 62 bilhões. "A assessoria do ministro me garantiu, na sexta-feira (31), que já está assinado. Esse capítulo é o mais importante", disse.

Haddad disse ainda que se reunirá com o conselheiro do TCM (Tribunal de Contas do Município) João Antônio (que é filiado ao PT e ex-secretário do prefeito) para regularizar trechos do edital de licitação de dois corredores de ônibus na cidade, suspensa pelo tribunal na última sexta.
O tribunal apontou sobrepreço de R$47 milhões no edital.