Live do Presidente

Alta do desemprego é culpa da metodologia do IBGE, avalia Bolsonaro

Presidente admite, na live semanal, que há contradição nos índices de geração de emprego e de desemprego. Mas avalia que o problema está na metodologia do IBGE

Por Luana Melody Brasil
Publicado em 30 de setembro de 2021 | 19:02
 
 
Presidente faz live semanal acompanhado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas Foto: Reprodução

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), encontrou um novo culpado para a crise do desemprego no Brasil: a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na live semanal desta quinta-feira (30), o chefe do Executivo admitiu, porém, que há contradição. 

"Por que cresce o número de desempregados no Brasil? Fica uma contradição né, como você cria mais emprego e aumenta o desemprego? 
É porque a metodologia do IBGE leva em conta, apenas, para desempregados, quem procura emprego e não acha", explicou o presidente. 

"Então como os informais foram atingidos, os caras que vendiam churrasquinho de gato, um picolé na praia, a gente calcula aqui em 38 milhões de pessoas, grande parte foi para a lona e no desespero foram procurar emprego. Então subiu, segundo o IBGE, o número de desempregados", concluiu Bolsonaro. 

O presidente também fez uma comparação com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para destacar que houve aumento no índice de empregados. "Quero lembrar que no corrente ano ultrapassamos a casa de 2 milhões de novos empregos, dados do Caged de ontem. É sinal de que a economia vem se recuperando. O Brasil é um dos países que melhor vem reagindo a esse fim de pandemia. Mas a renda média do pessoal caiu bastante", reconhece o presidente. 

Porém, a principal diferença entre a Pnad Contínua, do IBGE, e o Caged é que este se limita ao registro da criação de empregos formais, aqueles com carteira assinada. 

O presidente, no entanto, não observou que houve um recuo para 13,7% no trimestre encerrado em julho, segundo divulgou nesta quinta-feira o IBGE. O levantamento anterior, do trimestre fechado em abril e divulgado em fins de junho, havia estimado o índice de desemprego em 14,7%.

Apesar da leve melhora, ainda há 14,1 milhões de brasileiros em busca de algum tipo de trabalho. O Brasil ainda não recuperou o nível de ocupação que tinha antes da pandemia.