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Bolsonaro manda efetivar interino, mas diz que Milton Ribeiro pode voltar ao MEC

Presidente da República voltou a defender ex-ministro e disse que o nome dele foi usado por aproveitadores, em referência a pastores que pediram propina

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 16 de abril de 2022 | 17:09
 
 
Ministro da Educação, Victor Godoy Foto: Divulgação/MEC

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado que já mandou efetivar o ministro interino da Educação, Victor Godoy Vieira, mas avisou que Milton Ribeiro, que deixou a pasta após estourar um escândalo com pedido de propinas por pastores em troca de verbas, pode retornar ao cargo.

As declarações de Bolsonaro foram dadas no Guarujá, onde o presidente passa o fim de semana. À "CNN Brasil", voltou a afirmar que Milton Ribeiro deixou a pasta por vontade própria, e que não acredita que surgirá nada contra ele.

"Eu já dei a ordem para para efetivá-lo (Victor Godoy Vieira), porque apenas como interino ele tem certas dificuldades, até de locomoção. O que está acertado: em nada acontecendo com o ministro Milton, ele volta. O Milton pediu para sair, conversei com ele, está triste", disse o presidente.

Sem citar o nome dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que são acusados de pedir propina até em ouro e bíblias em troca da liberação de verbas no MEC, Bolsonaro disse que Milton Ribeiro foi traído.

"A gente lamenta que duas pessoas usaram da boa fé dele (Milton Ribeiro) para, sem o conhecimento dele, buscar tirar proveito. Nada tem ainda contra o ministro em si. Eu não acredito que tenha, até pelo comportamento, pela formação dele", disse Bolsonaro.

A denúncia da existência de um gabinete paralelo na pasta foi revelada pelo Estado de S. Paulo. Em um áudio divulgado pela Folha de S. Paulo, o ministro Milton Ribeiro afirmou que a prioridade aos pedidos dos pastores era um pedido direto de Bolsonaro.

Segundo as denúncias, os pastores se reuniam com prefeitos e falavam sobre a liberação de verba com a contrapartida de R$ 15 mil. O valor deveria ser depositado em conta corrente indicada.

Além disso, prefeitos relataram que, para a efetiva liberação da verba, eram convidados a pagar propinas em ouro, bíblias ou ajudas a igrejas ligadas aos pastores.

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