SOCOS E EMPURRÕES

Jornalistas são agredidos em caminhada de Bolsonaro em Roma

Repórteres de diferentes veículos foram hostilizados por seguranças e apoiadores do presidente

Por Levy Guimarães
Publicado em 31 de outubro de 2021 | 19:08
 
 
Jornalistas são agredidos em passeio de Bolsonaro em Roma Foto: reprodução

Jornalistas credenciados e identificados foram agredidos durante um passeio a pé do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (31) em Roma, na Itália, onde ele participa do encontro do G20.

Ao final do evento, Bolsonaro saiu para encontrar apoiadores na rua, perto da embaixada do Brasil, no centro de Roma. Repórteres de diferentes veículos de comunicação se aproximaram para fazer perguntas ao presidente, mas foram ignorados por ele.

Ao mesmo tempo, apoiadores de Bolsonaro começaram a hostilizar os profissionais de imprensa. A jornalista Ana Estela de Sousa Pinto, da Folha de São Paulo, relata ter sido agredida por um agente que não quis se identificar e a empurrou, dizendo que ela devia se afastar do local. Depois, foi empurrada outras três vezes, mesmo estando em local público. Em outro momento, uma pessoa tentou arrancar o celular da repórter.

Já o jornalista Leonardo Monteiro, da TV Globo, afirma que tomou um soco no estômago e foi empurrado violentamente por um segurança.

O repórter Jamil Chade, do jornal O Estado de S. Paulo, também foi hostilizado e empurrado por um segurança, que o agarrou pelo braço para torcê-lo e tomou dele o celular. Pelo Twitter, o jornalista publicou uma filmagem do acontecimento.

Violência da polícia italiana e brasileira contra os jornalistas que acompanham Bolsonaro pelas ruas de Roma. Equipes agredidas, meu celular levado por um dos policiais e muita confusão. pic.twitter.com/edYo7Xb1WV

— Jamil Chade (@JamilChade) October 31, 2021

Esta foi a quarta caminhada improvisada de Bolsonaro em Roma. Ao sair do evento do G20, ele se dirigiu a um grupo de cerca de 60 apoiadores que o esperavam do lado de fora, fez um breve discurso e voltou a caminhar. Depois, de carro, voltou à embaixada brasileira e desceu para se encontrar com o público, mas ouviu gritos de “assassino” e “genocida” e desistiu. Em nenhum momento, segundo relatos dos jornalistas, o presidente reagiu aos acontecimentos.