Diálogo

Lewandowski acena a evangélicos e defende veto de Lula a saidinha

O gesto do ministro ocorre em meio a expectativa de o Congresso Nacional derrubar o veto do presidente ao projeto de lei

Por Gabriela Oliva
Publicado em 16 de abril de 2024 | 19:24
 
 
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Durante uma audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, fez um gesto à bancada evangélica. Ele defendeu o veto parcial ao projeto de lei que propõe o fim das saídas temporárias de presos em feriados, conhecidas como "saidinhas", conforme permite a Lei de Execução Penal.

Lewandowski explicou que a manutenção das saídas temporárias para presos do regime semiaberto visa possibilitar visitas familiares em datas comemorativas."O presidente, como todos sabem, é um cristão. É um católico, cristão, e a família é um dos valores fundamentais não só do cristianismo, mas de outras religiões, como o judaísmo e também dos muçulmanos", afirmou.

O gesto do ministro à bancada evangélica ocorre em meio a expectativa de que o Congresso Nacional rejeitará o veto de Lula ao projeto de lei. No entanto, o governo está articulando estratégias com esse público para tentar manter o veto.

Na quinta-feira (11), antes do anúncio do veto pelo Planalto, o ministro afirmou que Lula já tinha aceitado a recomendação feita pela pasta e pela Advocacia-Geral da União em relação à medida. Ao defender o veto ao fim das "saidinhas" para permitir que os presos visitem seus familiares, Lewandowski enfatizou a importância da família "do ponto de vista cristão".

O plano do governo é utilizar o mesmo argumento com o público religioso para tentar manter o veto e realçar o papel das instituições cristãs na ressocialização de presos.

Apesar de a oposição defender o fim das "saidinhas" e contar com mais apoio do público religioso, o governo Lula tem buscado abordar questões religiosas para se aproximar dessa comunidade, que atualmente demonstra um alto índice de rejeição ao presidente da República.