Um dia após o Ministério da Sáude declarar emergência em saúde pública no território indígena, a chefe da pasta, Nisia Trindade, declarou que "a situação é grave em território Yanomami".
Nísia Trindade faz parte da comitiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara, em visita a Boa Vista (RR) nesta sábado (12). A expectativa é que o governo federal anuncie ações emergenciais para os Yanomamis.
A ministra da Saúde informou que pasta registrou três mortes de crianças indígenas entre os dias 24 e 27 de dezembro do ano passado, e 11.530 casos de malária em 2022.
Maior reserva indígena do Brasil, o território registrou invasão e avanço do garimpo ilegal nos últimos quatro anos. A região tem mais de 30 mil habitantes e vive uma crise sanitária que já resultou na morte de 570 crianças por desnutrição nos últimos anos.
"Para enfrentarmos a desassistência sanitária dos povos que vivem nessa que é a maior reserva indígena do país, declaramos Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) e instalamos um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE)", informou a ministra pelas redes sociais.
O Ministério da Saúde informou que desde segunda-feira as equipes de saúde se depararam com "crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos”.
Na noite de sexta-feira (21), Lula instituiu "Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami", com duração de 90 dias. O grupo tem 45 dias para entregar um plano de ações estruturantes. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União.
A coordenação do grupo será composta de representantes dos ministérios: Casa Civil; Povos Indígenas; Saúde; Defesa; Justiça e Segurança Pública, Desenvolvimento e Assistência Social Família e Combate à Fome; e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
"O povo Yanomami não mais será desamparado pelo Estado brasileiro", informou a ministra Sônia Guajajara sobre a criação do comitê durante agenda junto ao presidente em Roraima.
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