Reforma política

Homem é expulso de evento ao tentar jogar tomates em Gilmar Mendes

Alvo de protestos, presidente do TSE propôs “algo próximo ao semipresidencialismo

Por Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2017 | 21:42
 
 
Meu trabalho é exaustivo, mas não é escravo, diz Gilmar Mendes WERTHER SANTANA / ESTADÃO CONTEÚDO

SÃO PAULO. Dois dias após participar de um encontro com o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), fora da agenda oficial, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes defendeu nesta segunda-feira (21) a adoção do semipresidencialismo no Brasil. Em um fórum sobre reforma política promovido pelo jornal “O Estado de S. Paulo” – em que foi alvo de protestos –, o ministro afirmou que é importante “discutir e rediscutir” o sistema de governo no Brasil e propôs a adoção de “algo próximo ao semipresidencialismo”.

Gilmar Mendes afirmou que é importante pensar em um sistema que blinde o país de crises que se repetem. Para ele, um semipresidencialismo preserva a figura do presidente da República. “A presidência ficaria com a chefia de Estado e com o poder moderador”, disse. “Um modelo que combinasse essa estrutura antiga do nosso modelo presidencial com o parlamentarismo. Que permitisse que as questões de governo ficassem entregues a um primeiro-ministro”, defendeu.

“Ilude-se quem fala que o Parlamento brasileiro hoje é fraco. (...) Todavia, a sua atuação, muitas vezes, se dá por mera provocação”, disse. Para Mendes, se o sistema de governo não mudar para a eleição de 2018, que seja alterado para 2022, como defende o PSDB do senador Aécio Neves (MG), de quem Gilmar Mendes é próximo. “Um regime que, de certa forma, já efetivasse o que ocorre na prática. E que sistematizasse uma blindagem que evitasse a contaminação, separasse as crises de governo das crises de Estado”, disse.

A “constatação” de que o país já vive uma espécie de semipresidencialismo já vinha sendo feita pelo próprio presidente Temer. Nesta segunda-feira (21), ele reforçou a defesa de oficializar o regime de governo como parlamentarista. “Seria extremamente útil para o Brasil”, disse Temer.

Protestos. Durante a fala de Gilmar Mendes, na plateia, integrantes de movimentos sociais usaram narizes de palhaço e levantaram cartazes pedindo o impeachment do ministro. Antes de o presidente do TSE chegar, um homem identificado como Ricardo Rocchi, que se diz integrante do movimento Tomataço, foi retirado do auditório pela segurança do evento. Ele pretendia atirar tomates contra Mendes.