Contagem

Investigação apura elo entre Alex de Freitas e secretário em compra de casa

Prefeito de Contagem foi alvo de operação da Polícia Civil e do Ministério Público na manhã desta quarta-feira

Por Heitor Mazzoco
Publicado em 17 de julho de 2019 | 12:52
 
 

A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) detalharam na manhã desta quarta-feira a operação que cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e gabinetes do prefeito de Contagem, Alex de Freitas (sem partido), e do secretário de Defesa Social, Décio Camargos.

A investigação apura a relação do prefeito e do secretário na compra de uma casa de luxo em Contagem. De acordo com o MP, o imóvel foi adquirido por R$ 3,3 milhões. Deste valor, R$ 1 milhão foi pago em espécie. Para os promotores e delegado da Polícia Civil, há suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. 

Segundo a prefeitura de Contagem, a residência pertence a Décio Camargos e foi alugada a Alex de Freitas. O imóvel, no entanto, segundo o MP, não está no nome do secretário, mas sim no da antiga proprietária, cujo nome não foi revelado. 

Aos investigadores, porém, Alex de Freitas não soube dizer qual o valor do aluguel e também não apresentou notas para comprovar os pagamentos.

"Fomos em busca de provas do indício de lavagem de dinheiro que pode ter levado ao enriquecimento ilícito. O valor pela qual a casa foi comprada é incompatível com os ganhos (de Décio)", disse o promotor Fabricio José Fonseca Pinto. 

Décio recebe, mensalmente, cerca de R$ 15 mil (valor bruto) para desempenhar a função de secretário em Contagem. 

Autoridades citaram, inclusive, as declarações à Justiça Eleitoral feitas por Décio Camargos, que já se candidatou para vereador em Contagem e para deputado estadual. 

Em 2012, primeira eleição que disputou, Décio declarou R$ 1,4 milhão em bens (terreno, casa e carros). Já em 2018, Décio declaraou pouco mais de R$ 19 milhões em bens (casas, apartamentos, carros, aplicações, investimentos e dinheiro em espécie). Um aumento de 1.210%. 

Segundo o MP, a investigação começou em setembro de 2018, após denúncia anônima. 

Envolvidos

Após apreender documentos, computadores e celulares, a investigação, agora, vai apurar se existem mais políticos ou empresas envolvidas. 

Assista à coletiva do Ministério Público e da Polícia Civil sobre a investigação:

#ao vivo: coletiva de imprensa sobre a Operação Mi Casa su Casa. O Prefeito de Contagem e secretário são investigados por lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores https://t.co/1PJx2ioIKn

— MPMG (@MPMG_Oficial) July 17, 2019