AUMENTO NA CONTRIBUIÇÃO

Ipsemg espera arrecadação extra de R$ 700 milhões com projeto enviado à ALMG

O projeto, que muda as regras de contribuição do servidor, foi enviado com pedido de urgência aos deputados estaduais

Por Mariana Cavalcanti
Publicado em 15 de abril de 2024 | 12:53
 
 
Presidente do Ipsemg, André dos Anjos, apresentou detalhes do projeto de lei de reestruturação orçamentária do instituto Foto: Mariana Cavalcanti | O TEMPO

O Ipsemg espera aumentar a sua receita em cerca de R$ 700 milhões com reajuste na contribuição dos servidores. Conforme adiantou O TEMPO, o projeto de lei que prevê mudanças, como aumento do piso e teto de contribuição e alíquota extra para idosos, foi enviado no fim da manhã desta segunda-feira (15) à Assembleia Legislativa. 

Em coletiva de imprensa na Cidade Administrativa, o presidente do Ipsemg, André dos Anjos, destacou que a previdência possui um déficit projetado de R$ 200 milhões para 2024. Em contrapartida, ele relata um aumento da demanda por assistência de saúde, especialmente pelo envelhecimento dos beneficiários. 

“Hoje os idosos utilizam mais da metade da assistência contratada da rede, e não tem nenhum tipo de financiamento para as suas despesas. Por isso vamos criar uma alíquota extra que permita garantir a assistência dos idosos”, explicou o presidente. 

A alíquota paga pelo servidor continuará como 3,2% do salário, mas o piso e teto da contribuição irão aumentar para R$ 60 e R$ 500, respectivamente. Além disso, filhos menores de 21 anos passarão a contribuir com o piso, e dependentes de até 38 anos terão uma contribuição fixa de R$ 90 reais. 

Plano de investimentos

Ainda conforme André dos Anjos, o Ipsemg já começou a trabalhar em um plano detalhado de como investir os R$ 700 milhões esperados, caso o projeto de lei seja aprovado na Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Romeu Zema (Novo). 

Uma reforma no hospital Governador Israel Pinheiro, na região centro-sul de Belo Horizonte, é a primeira medida prevista. Uma série de reportagens do O TEMPO lançada no início de abril mostrou que cerca de 40% dos leitos estão indisponíveis por falta de profissionais da saúde. Apesar de mencionar a contratação de novos profissionais, o presidente não deixou claro se há previsão de novos concursos.

“Temos um plano bem adiantado de como investir esse dinheiro, inclusive com reformas no nosso hospital aqui de Belo Horizonte, onde as obras na terceira ala vão começar em maio. Estamos esperando a discussão na Assembleia para implementar esse processo, inclusive com contratação de mais profissionais”, destacou André dos Anjos. 

O último concurso do Ipsemg, que ocorreu no ano passado, já nomeou 280 servidores. Agora, a presidência pretende chamar as vacâncias de janeiro de 2021 a fevereiro de 2023.

Resistência às mudanças

André dos Anjos destacou que não espera uma oposição forte ao projeto, já que as mudanças foram debatidas com os sindicatos durante o processo de elaboração do texto. Caso aprovada na Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Romeu Zema, o Ipsemg terá 90 dias para implementar o reajuste na contribuição.