Lava Jato

Janot rejeita abrir investigação contra Aécio Neves

Procurador Geral da República também pediu arquivamento de pedido de inquérito contra Henrique Alves, também citado em delações premiadas nas investigações

Qua, 04/03/15 - 16h46

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve pedido de abertura de inquérito por citação nas delações premiadas da Operação Lava Jato rejeitados pela Procuradoria-Geral da República.

O procurador geral, Rodrigo Janot, recomendou ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do pedido sugerido pelos procuradores do caso. Não é pública ainda a íntegra do despacho, no qual será possível entender qual teria sido a citação ao senador que ensejou o pedido.

Ao longo das investigações da Lava Jato, transpareceu que uma construtora citou Aécio, candidato derrotado à Presidência em outubro, como alvo de pressões por parte de empresários.
Janot também recomendou o arquivamento do pedido de inquérito sobre Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados. Do PMDB-RN, ele deverá agora assumir a pasta do Turismo --só não havia sido indicado justamente porque havia a informação de que ele poderia vir a ser citado na lista de Janot.

Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, tiveram pedidos de inquérito aceitos pela PGR. Caberá agora ao ministro Teori Zavascki acatá-los ou não.
Segundo a reportagem apurou, os pedidos são resultados da delação do doleiro Alberto Youssef à Justiça. Segundo ele, teriam sido entregues R$ 1 milhão à campanha da senadora em 2010.

54 nomes

A PGR enviou ao STF 28 pedidos para investigar 54 pessoas envolvidas na Operação Lava Jato. Estão na lista os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Também serão investigados os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA) e o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR).

Entre os 54 investigados estão políticos e pessoas sem o chamado foro privilegiado. Todos responderão a inquéritos. Nenhuma denúncia direta foi feita. No meio político, também é esperado que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), tenham seus nomes na lista. Todos negam envolvimento no caso.

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