O Supremo Tribunal Federal (STF) classificou como retirada de contexto a fala do ministro Luís Roberto Barroso sobre ter derrotado o bolsonarismo no Brasil. No 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado nesta quarta-feira (13), em Brasília, o ministro disse que a ala política de direita foi derrotada, assim como a ditadura.

"Nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas pessoas", falo Barroso, sob vaias. No palco, estava o ministro da Justiça Flávio Dino, que também discursou sobre a ditadura.

Em nota, o STF justificou que a declaração do ministro fazia referência ao voto popular e não a uma ação da instituição da qual ele faz parte. E minimizou as vaias proferidas a ele por parte da plateia de estudantes.

A fala de Barroso foi criticada, não só pela oposição, como por outras lideranças políticas. Na tarde desta quinta-feira (14), o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu que o ministro se retratasse e por sua fala "inadequada, inoportuna e infeliz" em relação an uma ala política da qual ele não pertence, mas que entende que deva ser igualmente considerada.

Confira a íntegra da nota:

"O Ministro do STF Luís Roberto Barroso, o Ministro da Justiça, Flavio Dino, e o Deputado Federal Orlando Silva estiveram juntos, no Congresso da UNE, para uma breve intervenção sobre autoritarismo e discursos de ódio. Todos eles participaram do Movimento Estudantil na sua juventude. Apesar do divulgado, os três foram muito aplaudidos. As vaias - que fazem parte da democracia - vieram de um pequeno grupo ligado ao Partido Comunista Brasileiro, que faz oposição à atual gestão da UNE. Como se extrai claramente do contexto da fala do Ministro Barroso, a frase 'Nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo' referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição."