NA MIRA

Justiça manda apreender Porsche, Mercedes e BMW de prefeito no RJ

Decisão do desembargador federal Paulo César Espírito Santo, do Tribunal Federal da 2ª Região, Mota, três secretários municipais e dois policiais militares da cidade foram afastados de seus cargos nesta terça

Ter, 31/03/15 - 23h46

A Justiça determinou a apreensão de um Porsche Panamera modelo 2012, um Mercedes Benz AMG, modelo 2011, e um BMW X-6, modelo 2014, que pertenceriam ao prefeito de Itaguaí (a 58 km do Rio), Luciano Carvalho Mota (PSDB). Por decisão do desembargador federal Paulo César Espírito Santo, do Tribunal Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo), Mota, três secretários municipais e dois policiais militares da cidade foram afastados de seus cargos nesta terça (31).

O prefeito afastado ficou famoso no município, com pouco mais de 100 mil habitantes, por desfilar pelas ruas a bordo de uma reluzente Ferrari amarela, modelo 458 Itália. O veículo, avaliado em cerca de R$ 1,5 milhão, foi apreendido pela Polícia Federal no ano passado. Essa é considerada a terceira fase da operação Gafanhoto, que apura esses desvios na Prefeitura de Itaguaí.

O Grupo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal pediu o afastamento de Mota e de seus secretários do cargo para evitar danos aos cofres públicos. Eles são suspeitos de fraude à licitação, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime ambiental.

Os afastados podem recorrer da decisão. A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Luciano Mota. Ele sempre negou envolvimento com as suspeitas apontadas pela Polícia Federal.

Eleito em 2012, o prefeito é apontado pela Polícia Federal como responsável por desviar verbas dos royalties do petróleo e do Sistema Único de Saúde para a quadrilha que ainda teria a participação de dois policiais militares. A suspeita era que o grupo retirasse entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões mensalmente.

Ferrari amarela

Em dezembro de 2013, agentes da Polícia Federal realizaram operação na sede da prefeitura. Na ocasião, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão; em outros municípios, foram cumpridos cinco mandados de condução coercitiva. Em setembro de 2014, policiais federais apreenderam a Ferrari amarela, que vinha sendo usada pelo prefeito.

Para os policiais federais, o veículo seria um dos indícios de desvio de verba pública que está sendo investigado no inquérito. Na época, Mota chegou a dizer que o carro estava alugado por quatro meses, até dezembro.

Luciano Mota já teve que prestar esclarecimentos ao Tribunal de Contas do Estado pelo aluguel de 185 carros para atender ao município de Itaguaí. A locação dos veículos chegava ao valor de R$ 7,1 milhões por ano. O cálculo dos técnicos do tribunal é que com esta quantia era possível adquirir 200 carros populares para o município.

O prefeito e seus secretários também tiveram os passaportes apreendidos. Eles estão proibidos de deixar o Estado do Rio sem autorização da Justiça.

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