ELEIÇÕES 2022

Lula afirma que Bolsonaro “não dormiu” após pesquisa Datafolha

Petista também ironizou críticas a vinhos consumidos por ele e disse que responsabilidade fiscal é para banqueiro

Por LEVY GUIMARÃES
Publicado em 27 de maio de 2022 | 19:56
 
 
Geraldo Alckmin e Lula carregam faixas pedindo "justiça para Genivaldo" Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Palácio do Planalto, comemorou a pesquisa divulgada pelo Datafolha que o coloca como vencedor das eleições no primeiro turno, caso o pleito fosse hoje.

Em um evento ao lado de seu pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), com movimentos sociais, em São Paulo, nesta sexta-feira (27), ele disse que o levantamento deixou o presidente Jair Bolsonaro sem dormir.

“Vocês viram a pesquisa de ontem. Ô Alckmin, eu imagino que o Bolsonaro não dormiu ontem à noite. Eu imagino que ele falou ‘que desgraça esse Lula tem?’”

Na pesquisa do Datafolha, divulgada na quinta (26), Lula aparece com 48% dos votos no primeiro turno, contra 37% de Bolsonaro. Contando-se apenas os votos válidos, o petista alcança 54%, o que daria a ele a vitória sem necessidade de um segundo turno.

No entanto, Lula falou que Bolsonaro não é um adversário “fraco” e fez críticas ao atual presidente.

“Não estamos enfrentando um adversário fraco, estamos enfrentando alguém que é perigoso porque o comportamento dele não é democrático. Ele vive de ofender as instituições, vive dizendo que só Deus vai tirar ele de lá. Quero que ele saiba que o povo é a voz de Deus e o povo vai tirá-lo de lá”.

No mesmo discurso, o ex-presidente ironizou reportagens sobre garrafas de vinhos de até R$ 5 mil que teriam sido encontradas no lixo de sua residência, no Alto dos Pinheiros, bairro da capital paulista.

“Agora foram até pegar o lixo da minha casa para saber que vinho que eu tomo. Se algum jornalista quiser saber o vinho que eu tomo, eu posso entregar o meu lixo na casa dele pra que ele possa revirar qualquer coisa”, afirmou.

Responsabilidade fiscal é “para banqueiro”

No início do pronunciamento, Lula voltou a defender pautas econômicas simpáticas ao campo da esquerda, como uma flexibilização da política fiscal.

“Ao invés de discutir responsabilidade fiscal para garantir dinheiro para banqueiro, temos que discutir responsabilidade social para sanar a dívida que temos com povo trabalhador nesse país”, disse.

Nos últimos meses, o pré-candidato pelo PT também defendeu medidas como o fim do teto de gastos e a revogação da reforma trabalhista. Depois, admitiu fazer apenas uma “revisão” das mudanças nas leis do trabalho.

Apesar de aplaudido por apoiadores, o discurso é visto com receio por setores do empresariado e do mercado financeiro.

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