Saúde

Mandetta é demitido por Bolsonaro após reunião no Palácio do Planalto

Relação vinha se deteriorando nas últimas semanas devido a divergências sobre o combate ao coronavírus; ex-ministro foi convocado por presidente para reunião na tarde desta quinta-feira (16)

Por Da redação
Publicado em 16 de abril de 2020 | 16:14
 
 
Luiz Henrique Mandetta ministro da Saúde Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Luiz Henrique Mandetta não é mais ministro da Saúde. A decisão foi tomada na tarde desta quinta-feira (16) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após reunião entre ambos no Palácio do Planalto, convocada por Bolsonaro. 

O ex-ministro fez o anúncio no seu perfil no Twitter.

Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde.
Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e

— Henrique Mandetta (@lhmandetta) April 16, 2020

de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar.

— Henrique Mandetta (@lhmandetta) April 16, 2020

Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país.

— Henrique Mandetta (@lhmandetta) April 16, 2020

 

O substituto deve ser o oncologista Nelson Teich, que chegou a ser cogitado para o cargo durante a campanha das eleições de 2018.

A saída de Mandetta já era sinalizada há alguns dias, e a relação entre o ex-ministro e o chefe do Executivo vinha se desgastando por causa de visões divergentes sobre a condução da pasta em meio à pandemia mundial do novo coronavírus. Na quarta-feira (15), o ex-ministro, que é filiado ao DEM, declarou à imprensa que ficaria no cargo somente até a sua substituição ser oficializada.

No último domingo, em entrevista ao “Fantástico”, da Rede Globo, Mandetta afirmou estar havendo uma “dubiedade” nas informações do governo. Foi uma referência ao fato de que, enquanto o Ministério da Saúde destaca a necessidade de isolamento social como forma de contenção do vírus, o presidente se concentra em defender o retorno das atividades como forma de prevenir o agravamento da crise econômica. Em resposta à entrevista, na segunda-feira, Bolsonaro disse a apoiadores que iria “resolver o problema” da Saúde ainda nesta semana.

Mesmo antes de oficializar a demissão, na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro se reuniu com Nelson Teich. O presidente também se encontrou com o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira.