Ocorrido na ALMG

Membros do MBL acusam deputada Beatriz Cerqueira de cárcere privado e ameaças

Deputada estadual nega que tenha mantido os homens presos em seu gabinete

Seg, 13/06/22 - 21h14
Beatriz Cerqueira, assim como Rogério Correia e Macaé Evaristo, podem representar o PT nas eleições do ano que vem | Foto: Fred Magno

Dois membros do Movimento Brasil Livre (MBL) de Minas Gerais registraram um boletim de ocorrência na Polícia Militar (PMMG) acusando a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) de cárcere privado, ameaças e coação. 

Segundo a ocorrência, na última terça-feira (7), Dia da Liberdade de Imprensa, os integrantes do MBL, que pediram para não ser identificados,  abordaram Beatriz no fim de uma reunião da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia pedindo uma entrevista à deputada sobre o tema “liberdade de imprensa”. 

Após um tempo, a deputada recebeu os homens em seu gabinete Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). De acordo com o boletim, Beatriz foi questionada se era favorável à liberdade de imprensa e respondeu afirmativamente.

Após a resposta, a deputada foi perguntada sobre como se posiciona “frente às falas do ex-presidente Lula (PT) que alega que é necessário um debate para regular a mídia? E, se o posicionamento de Lula não era censura?”.

De acordo com o documento, a deputada ficou incomodada e questionou  a finalidade da entrevista alegando que foi “induzida ao erro”. Ainda de acordo com o BO, Beatriz pediu apoio à Polícia Legislativa e, juntamente com assessores, teria exigido que o material gravado fosse apagado. 

Segundo os integrantes do MBL, eles foram impedidos de sair do gabinete da parlamentar. Um deles conseguiu se esquivar e deixou a ALMG, mas o membro que gravava a entrevista alega ter sido coagido e ameaçado por assessores, policiais legislativos e Beatriz a deletar o material, inclusive da pasta de lixeira do aparelho. Segundo o B.O, o cinegrafista também foi impedido de atender uma ligação enquanto estava no gabinete da parlamentar. 

À reportagem, um dos membros do MBL e autor do B.O afirma que se identificou como pesquisador e não mencionou que era membro do movimento. Ele afirma que solicitou às imagens deletadas ao sistema de backup do seu telefone e que deve recuperar o material no prazo de 10 dias. 

Caíque Januzzi, membro do MBL-MG, afirma que o grupo avalia as medidas que serão tomadas. “Nós estamos estudando as medidas legais cabíveis, seja acionar o Ministério Público (MP), estudar uma representação judicial contra a Beatriz. Mas, o primordial é tentar recuperar os vídeos e mídias por meio de perícia”, diz. 

Procurada, Beatriz respondeu, por meio de nota, que os homens mentem sobre o ocorrido. “O MBL mente. Adota práticas fascistas e tentam se projetar a partir disso. Como uma mulher, professora conseguiria manter em cárcere privado três homens? E porque dois deles depois pediriam desculpas na frente de várias pessoas? Como iria agredi-los e praticar coação e depois eles me pedirem desculpas, como pediram pela forma agressiva, violenta e desrespeitosa com que me trataram? Estranho, para não dizer calunioso o que estão tentando fazer. Mentem e são covardes”, afima.

 

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