Crise no PDT

Miguel Corrêa diz manter pré-candidatura no PDT mesmo após renúncia de Heringer

Para o pré-candidato ao Governo de Minas, cabe a Carlos Lupi, dirigente nacional do partido, pacificar o conflito entre Heringer e Ciro Gomes

Por Leíse Costa
Publicado em 27 de maio de 2022 | 21:10
 
 
Ciro Gomes (PDT) descartou a pré-candidatura de Miguel Corrêa (PDT) ao Governo de Minas. Foto: Uarlen Valerio

O pré-candidato do PDT Miguel Corrêa afirma ter a intenção de manter sua pré-candidatura ao Governo de Minas, mesmo após o presidente do partido, o deputado federal Mário Heringer (PDT), responsável por coordenar sua campanha, renunciar à presidência do partido no estado.

“Em nenhum momento retirei minha candidatura, muito menos o projeto ao qual eu abracei, que é o PDT e as campanhas que o partido representa em Minas e no Brasil”, disse Miguel.

Heringer renunciou à presidência do PDT mineiro nesta sexta-feira (27). A decisão foi tomada horas após Ciro Gomes, pré-candidato pedetista à Presidência da República, descartar o nome de Miguel como pré-candidato do partido em Minas.

Sobre a permanência de Miguel como pré-candidato da sigla, Heringer disse que comunicou o colega sobre sua saída por mensagem. “Disse que estava renunciando e que não participo dessa ideia (das críticas de Ciro). Agora, se ele vai continuar ou não, depende dele”.

Em entrevista à CNN, Ciro afirmou que Corrêa é “ficha suja" e que "não será candidato" ao Executivo estadual. "(Miguel Corrêa) não é do PDT e não será candidato. É inelegível, porque tem ficha suja", disparou. Ciro também criticou a ida de Corrêa para a legenda. "Não sei o que ele veio fazer aqui, saindo ontem do PT e se filiando ao PDT. Este cidadão, e eu falo isso publicamente, não é companheiro".

De acordo com Heringer, os ataques de Ciro não se limitam a Miguel, mas também à competência de sua gestão. “Ficou claro nesse movimento que minha competência para exercer a função de presidente foi contestada e eu não devo ficar num lugar onde tenha a competência julgada. Não foi um ataque ao candidato, mas às articulações que eu faço”, afirma.

De acordo com Miguel, que foi filiado ao PT por muitos anos, a relação com Ciro Gomes sempre foi amigável “ Ele já me recebeu na sua casa, em Fortaleza, fomos deputados juntos, tivemos posições convergentes em quase todos os momentos”, disse. 

Para Miguel,os comentários do pedetista são fruto de uma interpretação equivocada. “Tenho certeza que, pela não compreensão dele dos fatos, ele acabou emitindo uma opinião que não condiz com a realidade. Por ter dito, de uma forma não tão precisa, acabou gerando muito dessa especulação, mas eu não tenho dúvida que isso é só um mal-entendido”, afirma. 

No início do mês, Miguel chegou a dizer que "a vitória do Ciro é ter Lula no governo do Brasil", em entrevista a uma afiliada da RecordTV no Alto Paranaíba.

Após a repercussão negativa, o político publicou um vídeo em suas redes sociais se reposicionando. No Café com Política da rádio Super, Miguel disse que já tinha se entendido com Ciro Gomes.

Miguel acredita que a questão pode ser superada. “O presidente nacional, Carlos Lupi, é quem tem, por condução, dialogar com ele e buscar resolver essa questão”, diz.