Minas na Esplanada

Fransciny Alves é nossa enviada a Brasília e traz bastidores da política mineira e nacional direto de lá

Gastos

Áreas como asilos e atenção básica não receberam verbas para combate à Covid

Publicado em: Ter, 15/09/20 - 20h00
Vacina Covid-19 | Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Ouça a notícia

Dos R$ 524 bilhões autorizados pelo governo federal para ações de combate à pandemia da Covid-19, três áreas ainda não receberam nenhum centavo: a de atenção básica à saúde; a de média e alta complexidade na saúde; e a do auxílio emergencial a asilos. A União autorizou R$ 226 milhões para esses três setores, mas até o dia 8 de setembro a quantia ainda não havia sido depositada. 

Isso é o que mostra estudo feito pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, com base em dados do Tesouro Nacional. Estavam previstos R$ 160 milhões para instituições de longa permanência para idosos; R$ 43 milhões para atenção básica à saúde, que é a porta de entrada dos usuários nos sistemas; e R$ 23 milhões para a média e alta complexidade na saúde.

Ainda de acordo com o levantamento, do total de R$ 524 bilhões em despesas autorizadas para minimizar os efeitos das crises econômica e sanitária, o percentual de R$ 385 bilhões (73,5%) foi efetivamente pago. Dessa quantia, a maior parte foi direcionada para arcar com os custos do auxílio emergencial. Dos R$ 254,2 bilhões autorizados, cerca de R$ 212 bilhões já foram quitados.

O benefício foi criado para garantir uma renda mínima aos brasileiros em situação de vulnerabilidade social durante o período de calamidade pública. Inicialmente, a previsão era que o subsídio seria pago em três parcelas mensais, no valor de R$ 600, e terminaria em julho. Essa quantia, inclusive, foi elevada no Congresso, uma vez que a União defendia R$ 200.

O Palácio do Planalto, no entanto, fez a leitura de que o benefício tem contribuído para a imagem de Bolsonaro entre as pessoas de baixa renda e resolveu, no início do mês, estender o auxílio por mais quatro meses. Somente em Minas, até setembro, 6.127.376 pessoas foram aceitas no programa. O Estado é o segundo do país com maior número absoluto de beneficiários.

O estudo da consultoria da Câmara também mostra que somente o total autorizado para a tarifa social de energia elétrica, em R$ 900 milhões, foi totalmente pago pelo governo federal. A coluna questionou o Tesouro Nacional sobre o motivo de nenhum recurso ter sido investido nas três áreas, mas não havia recebido retorno até o fechamento deste texto.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.