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Ministro terá que explicar distribuição de livro de Ustra

Publicado em: Ter, 19/11/19 - 03h00
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores | Foto: Sergio LIMA/AFP

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O presidente Jair Bolsonaro e aliados dele sempre defenderam o ex-chefe do DOI-Codi, condenado por tortura na ditadura militar, Carlos Alberto Brilhante Ustra. E a informação de que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, distribuiu a um grupo de diplomatas do Itamaraty o livro “A Verdade Sufocada”, de autoria do militar, para embasar uma manifestação da pasta motivou uma ação da parte do deputado federal e diplomata Marcelo Calero (Cidadania-RJ).

Ele apresentou requerimento de pedido de informações na Câmara dos Deputados indagando a Araújo se a atual gestão do ministério compartilha da tese defendida por Ustra de que não houve tortura e nem desaparecimentos políticos praticados pelo Estado entre 1964 e 1985. O político ainda questiona o ministro se ele também nega a existência de uma ditadura no Brasil nesse período.

“Acompanhamos com preocupação as iniciativas do Poder Executivo de relativização do período autoritário brasileiro, não apenas a partir de falas do presidente da República, que, odiosamente, considera Ustra um herói nacional, mas tentativas de reescrever a história do país, como a do evento em tela neste requerimento de informações. Cabe destacar que o país é signatário de diversos acordos internacionais que condenam a prática de tortura”, justificou Calero no documento protocolado na Mesa Diretora. 

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