Congresso

PT e bolsonaristas devem se 'unir 'informalmente para desidratar Moro na CPMI

A ida do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro à CPMI das Fake News já é dada como certa entre os parlamentares

Por Fransciny Alves
Publicado em 28 de abril de 2020 | 16:08
 
 
Sergio Moro Foto: Sergio Lima/AFP

A ida do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News já é dada como certa no Congresso Nacional. Se ele comparecer, nos bastidores já comenta-se que parlamentares do PT e bolsonaristas vão se “unir” mesmo que informalmente para constrangê-lo na comissão.

Na última semana, ao entregar o cargo, o magistrado disse que houve interferência política do Palácio do Planalto na Polícia Federal para blindar os filhos do presidente. Diante dessa polêmica, de um lado estão os que querem defender Jair Bolsonaro (sem partido) e do outro estão os petistas que ainda questionam Moro pela então prisão do ex-presidente Lula e querem que ele apresente provas do que falou.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, as atividades de comissões no Congresso Nacional estão suspensas. Por isso, os políticos tentam juntamente ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que os trabalhos sejam retomados. Ao mesmo tempo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tenta junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que se encerre os trabalhos da CPMI. 

Os trabalhos do colegiados deveriam ter sido concluídos no último dia 13, mas houve um pedido de prorrogação por 180 dias aceito por Alcolumbre. O prazo começa a contar quando as atividades forem retomadas. 

Antipatia ao ex-ministro

A queda de Moro era desejo da maioria dos deputados e senadores, uma vez que vários deles são alvos de processos que ele moveu enquanto julgava casos da operação Lava Jato, em Curitiba (PR). Soma-se a isso o fato de ele disparar recorrentemente contra a classe política.

Por conta disso, o ex-juiz não conseguiu vitórias no Legislativo enquanto ministro, como a aprovação de projetos, mesmo que simples, sem alteração dos principais pontos.

O apoio a ele se restringia a políticos que foram eleitos levantando bandeiras contra a corrupção e a favor da Lava Jato. Contudo, o ex-ministro também perdeu apoio daqueles que são mais próximos do presidente. A avaliação foi de que as declarações dadas, na última semana, tiveram tom eleitoreiro, já pensando em 2022.