Senado

Sabatina de Augusto Aras deve ser mais tranquila do que a de Janot

Para líderes do Senado, subprocurador passou boa impressão em encontro e polêmicas estão relacionadas aos membros dos Ministério Público Federal

Por Fransciny Alves
Publicado em 13 de setembro de 2019 | 03:00
 
 

A avaliação de senadores é que a sabatina de Augusto Aras na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado vai ser mais tranquila do que a que foi realizada para a recondução de Rodrigo Janot para a chefia da Procuradoria Geral da República (PGR), em 2015. Na época, Janot já havia mirado diversos senadores em investigações, como o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PROS-AL), que travou embates com ele na sessão.

Na última terça-feira, o subprocurador Augusto Aras se reuniu com os líderes de partidos no Senado e, desde então, tem se encontrado com parlamentares em busca de apoio para a aprovação do seu nome na CCJ e no plenário da Casa. Nessa votação, ele precisa conseguir os votos favoráveis de, no mínimo, 41 senadores para assumir o cargo de procurador geral.

Nos bastidores, o entendimento é que a polêmica se dá muito mais no âmbito do Ministério Público Federal (MPF) do que no político, no qual ele já conquistou apoio público até mesmo de senadores petistas. Do outro lado, parte dos procuradores da República se queixa do fato de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ter quebrado uma tradição que estava em vigor desde 2003. Por ela, somente era escolhido para o comando da PGR um dos nomes indicados em uma lista tríplice feita em votação interna na categoria. Além disso, eles lembram que Aras já criticou métodos aplicados na operação Lava Jato.

A Minas na Esplanada procurou os três senadores mineiros para saber se eles já tinham um posicionamento sobre a indicação de Aras para a PGR. As assessorias de imprensa dos senadores Antonio Anastasia (PSDB) e Carlos Viana (PSD) informaram que eles vão esperar a realização da sabatina e, após isso, vão fazer a avaliação. Rodrigo Pacheco (DEM) (foto) também adotou essa postura. E, em conversa com a coluna, contou como foi o encontro.

“Ele expôs alguns pontos de vista em relação ao pensamento dele quanto ao papel do Ministério Público Federal e gerou muito boa impressão a todos que estavam presentes em relação ao histórico, ao preparo intelectual dele e a trajetória dele no Ministério Público. Me pareceu um homem experiente, vivido, ciente das responsabilidades de dirigir uma instituição importante como o MP. Então, foi um primeiro contato muito proveitoso”, afirmou Pacheco.