discurso de despedida

Ministro diz que 'morria de medo de o playboyzinho' ser eleito

Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) defendeu as políticas do governo construídas com participação popular e disparou críticas à oposição nesta terça-feira (9)

Ter, 09/12/14 - 14h31

Prestes a deixar a cúpula do governo na reforma ministerial, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) defendeu as políticas do governo construídas com participação popular e disparou críticas à oposição nesta terça-feira (9) em discurso feito durante evento no Palácio do Planalto para a assinatura de convênios entre redes de cooperativas e associações que atuam com produção orgânica e extrativismo sustentável.

Ao afirmar que o evento representava um momento de felicidade porque se celebrava a "junção adequada entre governo e sociedade", o ministro disse que as políticas voltadas para os mais pobres com foco em distribuição de renda se intensificaram "quando o metalúrgico de nove dedos começou a implantar aqui nessa Casa [em referência ao Planalto] a mudança de lógica do Estado brasileiro", em referência direta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro afirmou ainda que o Estado brasileiro é elitista e voltado apenas para manutenção dos privilégios dos mais ricos. "Quando se assume o governo, portanto uma parte do país apenas, e tem dificuldade de passar os projetos populares no Legislativo, tem contra si todo o poder econômico, todo o poder da mídia, tudo aquilo que a elite construiu e mantém cuidadosamente século após século você enfrenta uma enorme dificuldade. Então, o Lula foi o grande inspirador e a Dilma continua", continuou.

Em seguida, ele afirmou que o governo sofre "perseguição e discriminação" por defender projetos de cunho social. "[O governo fica] sofrendo todo o tipo de acusação, de bolivarianismo, de chavismo, de mais um monte de merda (sic) que os caras falam para poder fazer funcionar de fato o Estado em função da maioria. [...] E é isso que esteve em disputa nas eleições. Eu morria de medo de o playboyzinho [referência ao senador Aécio Neves, candidato derrotado à Presidência pelo PSDB] ganhar a eleição porque eu tinha clareza que ia acabar essa energia que está aqui nessa sala", disse.

Longe das preferências de Dilma e prestes a deixar seu cargo no Planalto, Carvalho falou durante o seu discurso sobre os ataques sofridos pela presidente em decorrência das denúncias contra a Petrobras. Para ele, a elite do país usa a corrupção como estratégia para atingir o governo e impedi-lo de realizar suas ações.

"O que está em jogo agora, não é esse negócio de corrupção que sempre teve no país e nós estamos tendo a coragem de combater. Tudo isso que eles estão denunciando agora é o medo que eles têm perder a hegemonia do Estado brasileiro. O resto é conversa, é propaganda e maledicência. Porque eles nunca tiveram coragem de por o dedo na ferida como estamos tendo coragem agora de cortar na carne quando se verifica a questão da corrupção. [...] O medo deles é essa revolução silenciosa que se opera em todos os cantos do país quando vocês criam as organizações de vocês e o povo vai descobrindo que é sujeito, que é autônomo, que ele tem capacidade de tocar a vida dele. Que ele não depende mais dos dominadores, que ele ganha autonomia", discursou para os convidados.

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