Primeiro presidente da história a participar da Marcha para Jesus, que ocorre desde 1993, Jair Bolsonaro criticou a classe política durante discurso para milhares de pessoas em São Paulo, nesta quinta-feira (20). Ele afirmou que o país tem “problemas seríssimos de ética, moral e economia” e acenou para contar, de fato, com apoio do bloco evangélico ao seu governo.
O governo Bolsonaro sofre com atritos junto ao Congresso Nacional desde o começo do governo, em janeiro último. Sem citar o Legislativo, Bolsonaro afirmou que o Brasil “precisa de um povo e uma classe política que tenham fé, que coloquem os interesses do país acima dos interesses pessoais”.
Em um discurso rápido, o presidente disse que uma solução para os problemas citados é contar com apoio dos evangélicos no país. “Agradeço a Deus também. Primeiro por estar vivo. Recebi dele o dom de me dar a vida pela segunda vez. Agradeço a vocês também pelas orações. Ele nos deu a presidência. Todos sabem que o nosso país tem problemas seríssimos de ética, moral e economia. Podemos reverter e fazer com que o Brasil seja colocado no local de destaque que merece”, disse.
Bolsonaro disse ainda que foi crucial o apoio dos evangélicos para sua vitória nas eleições do ano passado, quando derrotou o petista Fernando Haddad no segundo turno do pleito. No ano passado, eu disse: 'Se Deus quiser, estarei no ano que vem nesta marcha como presidente da República do Brasil' (…) Vocês foram decisivos para mudar o destino desta Pátria maravilhosa chamada Brasil. Todos nós juntos compartilhamos desta responsabilidade, onde, primeiro Deus e, depois, a família respeitada e tradicional acima de tudo”, disse.
A Marcha para Jesus ocorre desde 1993. Desde aquele ano, cinco presidentes passaram pelo governo (Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer). Bolsonaro foi o primeiro a participar do evento criado pela igreja Renascer, dos bispos Estavam Hernandes e Sônia Hernandes. “É muito bom estar entre amigos, melhor ainda quando os amigos têm Deus no coração. Agora, somos irmãos. Muito obrigado pelo convite”, disse logo no começo do discurso.
Diferente do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que foi vaiado, Bolsonaro foi ovacionado pelo público aos gritos de “mito”, apelido que adquiriu nos últimos anos pela atuação na Câmara dos Deputados e ganhou força durante a eleição presidencial.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.