Eleições

Número de filiados do Novo dobra, mas não resulta em candidaturas

Vitória de Romeu Zema fez sigla saltar de 2.279 membros para 6.661 em um ano

Qua, 29/01/20 - 03h00

O número de filiados do Partido Novo mais do que dobrou em Minas Gerais nos últimos 12 meses. No entanto, o crescimento não se traduziu em candidaturas a prefeito para as eleições municipais deste ano. A legenda só terá candidato ao Executivo municipal em quatro das 853 cidades mineiras: Belo Horizonte, Contagem, Araxá e Poços de Caldas.

Em dezembro de 2018, o Novo tinha 2.779 filiados em Minas. Doze meses depois, o quadro do partido era formado por 6.661 pessoas, segundo dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral.

A quantidade de membros ainda é pequena se comparada à de filiados do PT e do PSDB, últimas legendas que governaram o Estado. O primeiro tem 163 mil filiados, e o segundo, 144 mil.

Um dos fatores do crescimento do partido foi a eleição de Romeu Zema (Novo) para o governo de Minas Gerais. Apenas entre setembro e outubro do ano passado, ou seja, na reta final da campanha e após a eleição do governador, a sigla ganhou 1.050 filiados.

Apesar do aumento, o Novo só terá candidaturas a prefeito em quatro das oito cidades a que se propôs. Inicialmente, o partido definiu que apenas municípios com população superior a 300 mil habitantes, com mais de 150 filiados e com núcleos municipais com R$ 60 mil em caixa estariam aptos a realizar o processo seletivo para candidatos à prefeito. Em um segundo momento, o critério populacional foi flexibilizado. Além disso, somente cidades com candidatos a prefeito teriam postulantes a vereador.

Assim, o Novo abriu processo seletivo para prefeito em oito municípios: Araxá, Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Patos de Minas, Poços de Caldas, Uberaba e Uberlândia.

Porém, nenhum candidato foi aprovado em Juiz de Fora, Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia. O processo seletivo exige, como pré-requisito, que o candidato tenha “experiência mínima de oito anos em posições relevantes em gestão no setor público e/ou privado”, segundo o edital disponível no site da legenda. Além disso, a taxa de inscrição é de R$ 2.000 e os candidatos passam por duas entrevistas antes de serem aprovados.

“O processo tem que ser repensado. Não vou dizer que é absurdo, mas lamento porque gostaria de ter candidatos pelo menos nas oito cidades”, disse o vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo). “Quando colocamos a mesma régua para Belo Horizonte e Patos, sem nenhum demérito, mas o critério não pode ser o mesmo. São complexidades diferentes. Para a realidade local, (os candidatos reprovados) teriam grandes condições de concorrer”, disse.

Simões foi aprovado no processo seletivo do diretório municipal da legenda em Belo Horizonte, assim como o presidente da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), Rodrigo Paiva. A reportagem tentou falar com o presidente do diretório estadual do Novo em Minas Gerais, Ronnye Antunes, mas ele não retornou aos contatos realizados.

Juiz de Fora terá chapa apenas para a Câmara

O único município em Minas Gerais a ter postulantes a vereador do Novo sem um candidato do partido a prefeito será Juiz de Fora, na Zona da Mata. A cidade, terceira com maior número de filiados à sigla, foi uma aposta feita pelo diretório estadual.

“Nossa intenção é lançar o maior número possível de candidatos, desde que alinhados às ideias do Novo e devidamente aprovados no processo seletivo, que, historicamente, tem taxa de aprovação entre 25% e 50% dos inscritos”, disse o coordenador da sigla em Juiz de Fora, Frederico Miana.

Na cidade, cada partido pode lançar até 29 candidatos na chapa para vereador. A legislação eleitoral determina que um terço da chapa seja formada por candidatas mulheres.

Brasil

O Novo concluiu o processo seletivo para encontrar nomes para disputar as eleições deste ano. A sigla selecionou 37 pessoas para concorrer a 35 prefeituras do país.

 

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