O pré-candidato à cadeira do Palácio da Liberdade pelo Democratas, o deputado federal Rodrigo Pacheco, almoçou nesta segunda-feira (23) com o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Dinis Pinheiro, do Solidariedade.
No cardápio do encontro, segundo interlocutores ouvidos pela reportagem, estava uma possível aliança entre os dois para a disputa pelo comando do Estado nas eleições deste ano.
Duas versões sobre a reunião foram ventiladas. A primeira delas, e a que ganha mais força nos bastidores, é de que ambos devem caminhar juntos. Pacheco continuaria sendo o nome para ocupar a cabeça de chapa e o ex-deputado agregaria na coligação como candidato a vice-governador ou ao Senado.
Assim que Dinis se filiou ao Solidariedade, a intenção de dirigentes da sigla era de que ele concorresse ao governo de Minas. Contudo, ele não cravou o posto e disse que estaria aberto a todas as possibilidades.
Não por menos, no ninho tucano, a conversa também era de que, se o ex-presidente da Assembleia resolvesse se unir ao nome do PSDB para o pleito, o senador Antonio Anastasia, ele iria compor a chapa, preferencialmente, para tentar a cadeira de senador.
Contudo, tucanos contaram à reportagem que houve um distanciamento entre os dois nos últimos dias. Um dos fatores seria que as articulações recentes estariam colocando o ex-deputado como mero coadjuvante na composição.
Se Dinis bater o martelo e anunciar apoio a Pacheco, levaria com ele toda a família, o que poderia ajudar a ampliar o arco de alianças do pré-candidato do Democratas.
O deputado federal Toninho Pinheiro e o ex-prefeito de Ibirité Pinheirinho, respectivamente irmão e sobrinho do ex-presidente do Legislativo, pertencem ao PP e estariam tentando ampliar a pressão para a tornar coligação realidade.
Já a irmã dele, a deputada estadual Ione Pinheiro, pertence ao DEM e estaria ajudando a construir esse apoio. Em entrevistas recentes, o deputado federal disse que, além do Solidariedade, está com conversas adiantadas com PP, PMB, PEN, PTC e Avante. Pacheco, inclusive, está aproveitando para fazer pré-campanha em todo o Estado. Na última semana, ele visitou cidades da região Central e agora concentra esforços em reuniões em municípios do Sul de Minas.
Uma costura nacional também pesa sobre uma possível aliança entre as duas legendas. O presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo DEM, Rodrigo Maia (RJ), tenta convencer o ex-ministro dos governos petistas Aldo Rebelo (SP) a desistir da candidatura à Presidência pelo Solidariedade para compor uma chapa, em que ele seria vice.
Paralelamente, Maia também conversa com dirigentes do partido para ajudar Pacheco em território mineiro.
Hipóteses. Do outro lado, a outra compreensão entre o encontro de Dinis Pinheiro com Rodrigo Pacheco seria de que eles já conversam sobre esforços no sentido de criar unidade entre aqueles que fazem oposição ao atual governador do Estado, Fernando Pimentel (PT).
Como O TEMPO vem mostrando, há uma pressão sobre o pré-candidato do DEM ao Palácio da Liberdade para que ele desista de concorrer nas urnas como cabeça de chapa para se juntar a Anastasia.
A ideia é que o grupo de oposição se una para poder chegar forte no pleito a fim de derrotar o petista. As tratativas caminham no sentido de que isso ocorra ainda no primeiro turno. E, caso não seja possível, aconteça em um segundo turno. “Isso sinaliza que eles estão buscando a união das forças de oposição. Não houve a sinalização de que um vai ser cabeça de chapa e o outro vai compor. Eles foram buscar um entendimento entre eles para, a partir da unidade deles, conseguirem unir as outras forças políticas. A síntese é essa”, contou a fonte.
O interlocutor acrescentou que, somente com essa união, que é pregada pelo senador Antonio Anastasia, vai ser possível contrapor a candidatura de Pimentel. No entanto, nas últimas entrevistas, Pacheco se mostrou irredutível a desistir de concorrer ao comando do Estado.
Esperança
Desejo. A pessoas próximas, o deputado Rodrigo Pacheco tem dito que ainda tem esperanças de que o senador Antonio Anastasia desista de ser candidato ao governo de Minas e apoie o nome dele.
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