Eleições 2018

Pacheco se filia ao DEM com a presença de representantes de 9 partidos

Mesmo com a entrada do senador Antonio Anastasia na disputa pelo governo do Estado, o deputado federal disse manter a candidatura

Por Fransciny Alves
Publicado em 19 de março de 2018 | 16:53
 
 

O deputado federal Rodrigo Pacheco filiou-se nesta segunda-feira ao DEM e foi lançado oficialmente como pré-candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições deste ano. O tom dado ao encontro partidário teve o intuito de demonstrar que o parlamentar está forte politicamente, principalmente após o senador Antonio Anastasia (PSDB) decidir, na última semana, disputar o Palácio da Liberdade. Não por menos, o megaevento, realizado em um hotel da região Centro-Sul de Belo Horizonte, contou com as presenças de lideranças de outras nove legendas.

Durante diversas vezes, os presentes no encontro discursaram que o Estado precisa ter como governador um representante da nova política e que seja da nova geração. Pacheco também levantou essa ideia e bradou que Minas precisa olhar para frente. A declaração foi vista por presentes como uma alfinetada ao PSDB, que também contava com representantes no evento. Lideranças de PP, PR, PPS, PSB, PEN, PTC, PSD e Avante também subiram no palanque do parlamentar.

“A solução (para o Estado) é resgatar o passado necessariamente? É obvio que o passado tem pontos positivos e que nós temos que aprender com a experiência dos outros. Mas o que Minas precisa é de transparência e independência. Minas precisa ser diferente e precisamos olhar pra frente”, disse. Questionado pela reportagem se era uma referência a Anastasia, que até a última semana era seu apoiador, o deputado ressaltou que “definitivamente não estava personificando nada”.

Na última sexta-feira, a candidatura do parlamentar foi colocada em xeque por tucanos e aliados de Anastasia e foi até mesmo ventilado que Pacheco poderia ser vice do senador. Nesse domingo, ele reafirmou que está com a “candidatura absolutamente viabilizada”. “Vocês viram inúmeros apoios e nós vamos submeter aos mineiros uma opção de governo de Estado que é consistente, independente, diferente e olhando para frente”, afirmou ele aos jornalistas, ressaltando que a disputa entre os dois nas urnas vai ser sadia.

Agora, uma das prioridades dos Democratas é tentar afastar a figura do deputado ao de Anastasia, para mostrar que ele é independente. Indagado se iria disputar o mesmo eleitorado, de oposição ao atual governador Fernando Pimentel (PT), Pacheco explicou que considera natural a divisão de propostas e propósitos, mas que tem direito de dar aos mineiros uma alternativa. 

Também participaram do ato de filiação, o presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato à Presidência da República, Rodrigo Maia, e o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto. Esse último, inclusive, declarou que Rodrigo Pacheco é prioridade da sigla para as eleições estaduais e que vai ter autonomia para conduzir as articulações políticas.

Sobre as negociações, o pré-candidato ao comando do Estado afirmou que está no início das conversas e que há manifestação de apoio de quatro legendas: PP, PEN, PMB e Avante. “Temos boas perspectivas com outros partidos também”, contou.

Militância alheia

Curiosamente, ao chegar no ato político, Rodrigo Pacheco foi recebido por um grupo de apoiadores do Avante, cujo presidente nacional é o deputado federal Luís Tibé.

Críticas

As lideranças do DEM se revezaram ao microfone para criticar a atual gestão feita pelo governador Fernando Pimentel (PT). Pré-candidato ao governo de Minas, o deputado federal Rodrigo Pacheco, começou o discurso dizendo que não queria atacar ninguém nem falar de nenhum partido. Contudo, mesmo não citando nomes, foi para o enfrentamento ao dizer que a administração deixa de cumprir o básico para os municípios.

Ele declarou que as prefeituras mineiras estão enfrentando problemas com o atraso, por parte do Estado, em repasses de recursos. Ele classificou isso como um ato como “irresponsabilidade”. Pacheco também disse que o governo não consegue pagar o básico em dia, que é os salários dos servidores públicos e que “confisca” depósitos judiciais para “colocar uma gota de água na chapa quente que é o déficit público. “O Estado não prioriza o crescimento econômico, mas privilegia o aparelhamento. Onde Minas Gerais vai chegar desse jeito?”, indagou o parlamentar.

O pré-candidato ao Palácio do Planalto e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, discursou no evento e declarou Minas Gerais será o Estado mais difícil de governar. Isso porque, de acordo com ele, assim como o Rio de Janeiro, a gestão mineira passa por um “colapso financeiro”.