candidatura em São Paulo

Padilha gasta R$ 35 mi com campanha, mas arrecada apenas R$ 4,1 mi

Estacionado em terceiro lugar na disputa, o candidato do PT ao governo paulista tem sido bancado pelo próprio PT, que foi responsável por injetar R$ 3,3 milhões

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 05 de setembro de 2014 | 14:58
 
 

Com gastos que somam R$ 35 milhões, o candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, informou à Justiça Eleitoral ter arrecadado em dois meses de campanha R$ 4,1 milhões. Estacionado em terceiro lugar na disputa, a candidatura tem sido bancada pelo próprio PT, que foi responsável por injetar R$ 3,3 milhões.

O comitê financeiro do partido arrecadou R$ 5,8 milhões, R$ 4,4 milhões em doações de empresas. O candidato também recebeu diretamente R$ 450 mil em aporte de empresários. A arrecadação de Padilha representa um terço do que foi arrecadado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que somou R$ 15,3 milhões.

Segundo os dados entregues ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), a campanha petista tem despesa com pessoal de R$ 306 mil e R$ 360 mil com carros de som. O principal gasto continua sendo com a equipe de marketing, que tem contrato de R$ 25 milhões. Candidato à reeleição, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) gastou R$ 2,9 milhões e tem R$ 429 mil em receitas, sendo que doou R$ 194 mil a si mesmo.

Ofensiva

O baixo desempenho financeiro de Padilha é considerado atípico para uma disputa ao governo. No primeiro mês de campanha, ele arrecadou apenas R$ 188 mil e declarou gasto de R$ 33 milhões, pelos contratos assinados. O PT não informou quanto efetivamente saiu dos cofres da campanha.

Nas últimas semanas, o PT montou uma ofensiva para tentar aumentar as doações para a campanha de Padilha. Principal fiador da candidatura, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a se movimentar para convencer o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil) a reforçar o time de arrecadadores.

A ideia era que Palocci atuasse informalmente com José de Filippi Júnior, secretário de Saúde da capital paulista, no contato com o empresariado. Segundo relatos de petistas, Palocci resiste à missão.

O ex-ministro da Fazenda de Lula e chefe da Casa Civil no início do governo Dilma teme que sua movimentação junto ao mercado para abrir as portas a Padilha termine em um novo desgaste. Palocci foi deposto dos dois cargos do governo federal após envolvimento em escândalos. Atualmente, presta consultoria em gestão empresarial.

Para fugir da pressão de Lula, Palocci viajou aos Estados Unidos. A dobradinha entre Palocci e Filippi foi testada na campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Palocci era do núcleo de confiança da então candidata, enquanto Filippi cuidava da tesouraria.

Fillippi, no entanto, disse que ajudou apenas a montar a equipe operacional da tesouraria de Padilha e não está envolvido diretamente na busca por recursos.