Eleições

PDT de Minas ainda busca palanque para Ciro Gomes

A princípio, Kalil seria a primeira opção, mas aproximação com Lula leva trabalhistas a pensarem em candidatura própria ou em aliança com outro partido

Sex, 21/01/22 - 15h22
PDT formaliza pré-candidatura de Ciro Gomes nesta sexta-feira (21) a fim de afastar especulações sobre desistência | Foto: Reprodução/Instagram

Em meio ao lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes à presidência da República nesta sexta-feira (21), o PDT ainda busca alternativas para lhe oferecer um palanque em Minas Gerais. A aproximação entre o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e o PT leva os trabalhistas a discutirem nomes próprios para uma eventual candidatura ao Governo de Minas e, até mesmo, o apoio a quadros de outros partidos. A lógica é ter um palanque exclusivo no segundo maior colégio eleitoral do país para Ciro.

Ao passo que Kalil havia apoiado Ciro nas eleições de 2018, o PDT embarcou na chapa encabeçada pelo prefeito em busca da reeleição em 2020. Inclusive, os trabalhistas renunciaram à candidatura de Duda Salabert à Prefeitura de Belo Horizonte. O alinhamento se estende à Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). O vereador Bruno Miranda (PDT), por exemplo, é vice-líder de Governo. A dobradinha seria natural neste ano em chapa ao Palácio Tiradentes encabeçada por Kalil.

Entretanto, o próprio presidente do PDT de Minas, Mário Heringer, admite a inclinação de Kalil à aliança com o PT. “Hoje, na verdade, pelo o que me parece, vai ser a disputa do PT com o Kalil capitaneando contra os que vierem. Não temos problema maior com o PT, mas temos uma disputa direta contra o PT porque temos candidato à presidente da República, e, tendo candidato, precisamos procurar o nosso caminho.”

Heringer afirma que, caso algum palanque apareça, os trabalhistas aproveitarão. Caso contrário, o próprio partido o faz. “O que vai nos interessar é que nós não queremos estar no mesmo palanque que o Lula e que o Bolsonaro, porque fica difícil. Outros palanques, a gente pode até conversar. E é isso o que a gente vai tentar. Onde estiverem Bolsonaro e Lula pra gente fica muito difícil, porque são as nossas disputas diretas.”

O objetivo, conforme Heringer, é dar a Ciro condições de uma “disputa justa” em Minas. Questionado então se a prioridade seria apenas ter um palanque para o pré-candidato à presidência, o deputado federal pontua que, naturalmente, o PDT quer ganhar as eleições. “Queremos fazer uma bela chapa de deputados estaduais e federais, queremos ganhar a eleição se formos disputar o Senado ou (a vaga de) vice-governador em qualquer chapa. Agora, é claro que não podemos deixar que o nosso candidato passe desapercebido no segundo maior estado do Brasil.”

Se não houver uma composição com outra legenda, restará ao PDT lançar candidatura própria ao Governo de Minas, o que, projeta o deputado federal, ocorreria “no máximo até março”. Além de Duda, o próprio Heringer é cotado para encabeçar a chapa. “Acho que é muito cedo para escolher nomes. (...) Estamos dispostos a fazer a disputa, não temos problema maior em relação a isso, mas é claro que temos nomes que ainda estão reservados.” Ele não quis revelar quais, pois ainda “é muito cedo”.

O deputado federal não veria problemas em abrir mão de renovar o próprio mandato, já que “se as circunstâncias exigirem que eu dispute outro (cargo), não importa vitória ou derrota”. Por outro lado, Duda afirma que o seu objetivo é cumprir o mandato como vereadora. “Não tenho o anseio, por agora, de disputar o cargo de governadora. No entanto, a Executiva, tanto estadual como nacional, veem, caso o Kalil não feche com o Ciro, que o meu nome seria um dos possíveis para disputar. Se o partido definir isso, eu vou, mas é uma decisão do partido.”

A vereadora lembra, por exemplo, que algo similar ocorreu nas últimas eleições municipais. “Como estou no partido, tenho que respeitar as instâncias partidárias. Em 2020, eu estava como pré-candidata à Prefeitura e estava na segunda colocação nas pesquisas espontâneas, mas o PDT, em convenção, reconheceu que deveríamos apoiar o Kalil e não me lançar como candidata à Prefeitura. Eu aceitei a posição do partido.” Além disso, acrescenta a parlamentar, nem mesmo uma nova empreitada neste ano em busca do Senado é um objetivo.

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