Cobrança

Policiais civis reivindicam o pagamento de férias-prêmio

Cerca de 200 agentes aposentados fizeram manifestação ontem na Cidade Administrativa

Por Ana Luiza Faria
Publicado em 16 de julho de 2019 | 03:00
 
 

Um grupo de cerca de 200 policiais civis aposentados se reuniu nessa segunda-feira, na Cidade Administrativa de Minas Gerais, para reivindicar o pagamento das férias-prêmio que estão atrasadas desde maio de 2016. A manifestação não teve ligação com nenhum sindicato da categoria. Segundo o inspetor aposentado Sérgio Barbosa, o débito do Estado com os policiais civis ultrapassa R$ 110 milhões. “Somos cerca de 800 policiais aposentados. O que o governo nos deve chega a aproximadamente R$ 115 milhões”, disse. 

O inspetor contou que o grupo, composto por servidores da Civil, entre eles policiais, delegados, inspetores, investigadores, escrivães e médicos-legistas, foi recebido pela assessora-chefe de Relações Sindicais da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Helga Beatriz Almeida. Segundo ele, a conversa foi positiva. “Essa manifestação aqui só teria efeito se alguém nos recebesse. A Helga disse que vai conversar com os secretários sobre a nossa reivindicação”, afirmou. 

No documento enviado ao governo, os servidores da Polícia Civil solicitaram a retomada do pagamento das férias-prêmio, a abertura imediata da negociação entre o Estado e o grupo de manifestantes e o encaminhamento das demandas aos secretários de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, e de Planejamento e Gestão, Otto Levy. 

A delegada aposentada Miriam Galuppo, que também participou da reunião, contou que esta é a segunda tentativa de conversa com o governo. “Nós já havíamos apresentado um ofício anteriormente, mas o documento não foi entregue para o secretário de Fazenda, pois ele está no exterior”, disse. 

A delegada também ressaltou que, apesar de o Estado dizer que não tem condições de pagar as férias-prêmio dos servidores do Executivo por causa da crise financeira, os funcionários dos outros Poderes não foram prejudicados. “O Estado diz que não tem condições de pagar, mas a gente não vê isso nem no Legislativo, nem no Judiciário, não tem dinheiro só para o Executivo. Na realidade, o cofre é único para os Três Poderes”, afirmou. 

Questionada se eles aceitariam receber de forma parcelada, Miriam afirmou que deve ser formada uma comissão para decidir como esse valor pode ser pago. 

Pedidos analisados

O governo de Minas afirmou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, que dirigentes de entidades representativas dos policiais civis foram recebidos pela Assessoria de Relações Sindicais da Secretaria de Estado de Planejamento e que, no encontro, foi entregue novo documento relativo à demanda de retomada do cronograma de recebimento do saldo de férias-prêmio aos servidores aposentados, que se encontra em “verba retida”. 

A nota destacou que, no mês passado, sindicatos que representam servidores da Polícia Civil já haviam se reunido com a Assessoria de Relações Sindicais com a mesma reivindicação. Os pedidos já estão sob análise do governo.

O texto ressaltou que o Executivo herdou um rombo orçamentário de R$ 34,5 bilhões, o que afeta diretamente o caixa do Executivo. E afirmou que a retomada de investimentos em diversos setores está entre as prioridades do governo de Minas, que já adotou medidas de redução de despesas e reequilíbrio das contas públicas.