Quem assistiu à transmissão das sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pode ter percebido que alguns senadores e entrevistados não estavam cumprindo à risca as recomendações sobre o uso correto da máscara.
Não foi difícil ver momentos em que políticos colocavam a mão na máscara ou não usavam o equipamento de maneira correta. “As pessoas estão próximas em muitos casos e as salas do Congresso não são muito bem ventiladas. Então o uso correto da máscara é fundamental para não haver contaminação”, afirma o infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG Geraldo Cunha Cury.
Até mesmo o ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, colocou a mão na parte frontal da máscara enquanto era sabatinado por senadores nesta quinta-feira (6). A máscara usada por ele, Pff2, é a mais recomendada para o momento, mas o ato provoca um risco de contaminação.
“Não se pode colocar a mão na máscara. Dessa forma, sua mão pode ficar contaminada”, diz o professor. “Isso deseduca a população. Deveria haver regras mais claras no Senado sobre qual tipo de máscara todos deveriam usar e a forma correta de usá-la. O ideal é que seja a Pff2 ou N95”.
O infectologista também chama a atenção para a forma com que o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) usava a máscara. “Tem que ser uma tira acima da orelha e outra abaixo. Ele estava com as duas tiras abaixo”.
A questão não se restringe à CPI. Nesta quinta, durante uma audiência pública da Comissão de Relações Exteriores, a senadora Kátia Abreu (PP-GO) e o ministro Carlos Alberto França retiraram as máscaras ao tomar a palavra. O problema é que ambos estavam em salas pequenas e pouco ventiladas, com várias pessoas próximas.
Em locais com essas características, o uso da máscara de maneira correta é ainda mais importante para se evitar a transmissão do coronavírus, segundo Cury.
Mais de 30 senadores já testaram positivo para a Covid desde março do ano passado. Três deles morreram após a infecção: Major Olímpio, Aroldo de Oliveira e José Maranhão.
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