Investigações

Procuradoria avalia abrir inquérito para apurar elo entre BTG e Cunha

Documento cita um suposto pagamento de R$ 45 milhões do banco para Cunha com o objetivo de alterar uma medida provisória no Congresso

Ter, 01/12/15 - 07h36

A Procuradoria Geral da República vai analisar o documento apreendido com o assessor parlamentar Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), para avaliar se pede a abertura de um novo inquérito contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O documento cita um suposto pagamento de R$ 45 milhões do banco BTG para Cunha com o objetivo de alterar uma medida provisória no Congresso em seu favor.

A prioridade atual da Procuradoria é a denúncia contra o senador Delcídio do Amaral, porque ele se encontra preso preventivamente, por isso a nova investigação contra Cunha só deve entrar na mira dos procuradores nas próximas semanas. Já a ação penal contra Delcídio pode ser finalizada a partir da próxima semana.

Caso entendam que há indícios de novas irregularidades envolvendo Cunha, a Procuradoria deve pedir um novo inquérito, já que se trata de um novo fato.

Investigadores suspeitam que a emenda pode até ter sido apresentada como uma chantagem contra o banco, já que o próprio Cunha afirma que ela era desfavorável ao BTG.

Cunha já é alvo de uma denúncia sob acusação de receber propina por contratos de navios-sonda da Petrobras, além de ser acusado de ter achacado a empresa Mitsui por meio de um requerimento na Câmara assinado por uma aliada.

Além disso, o presidente da Câmara é alvo de um inquérito por ter possuído quatro contas bancárias no exterior que teriam sido abastecidas com recursos desviados da Petrobras sem declarar às autoridades brasileiras.

No primeiro caso, Cunha nega o recebimento de propina e diz que não tem relação com o requerimento. Sobre o segundo caso, ele diz que seus recursos nas contas do exterior eram administrados por terceiros e, por isso, não teria que declarar –o que os investigadores contestam.

Hoje, Cunha contestou a acusação de propina do BTG e chamou de "armação" o documento. Já o BTG também nega o pagamento de propina e diz que a medida provisória não trouxe benefícios ao banco.

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