PMDB

Proposta de desistência é criticada 

Grupo a favor de Leonardo Picciani quer que Hugo Motta abandone disputa para salvar Cunha

Por Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2016 | 04:00
 
 
Eleição. Leonardo Quintão (centro) foi criticado por estar articulando a favor de Leonardo Picciani Jane de Araújo

BRASÍLIA. Aliados do deputado Hugo Motta (PB), que disputa a liderança da bancada do PMDB na Câmara, reagiram com indignação à notícia de que correligionários do concorrente Leonardo Picciani (RJ) irão propor uma “saída honrosa” ao paraibano. Segundo uma reportagem publicada nesta quinta no jornal “O Estado de S. Paulo”, o grupo de Picciani vai argumentar que a desistência de Motta evitará uma derrota pública do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que o apoia. A eleição será na próxima quarta-feira, 17.

Contando com a derrota de Motta, aliados de Picciani querem procurá-lo na próxima semana para propor que ele desista da disputa, evitando assim que Cunha seja derrotado no momento em que tenta garantir a presidência da Câmara e salvar seu mandato diante das investigações da operação Lava Jato.

Nas contas dos aliados de Picciani, o fluminense teria 45 votos favoráveis a sua permanência no cargo, de um total esperado de 70 parlamentares votantes. Assim, o candidato de Cunha teria pouco mais de 20.

“Factoide”. A operação foi proposta por Leonardo Quintão (MG), que protagonizou a destituição temporária de Picciani da liderança da bancada no final do ano passado. Durante uma semana, o mineiro ocupou a liderança, até que o fluminense recuperou apoios e retomou o posto. Quintão chegou a se lançar na disputa, mas sem a ajuda de Cunha e, diante do esvaziamento de sua candidatura, anunciou apoio a Picciani

“É piada. O grupo de Picciani quer ganhar a eleição no factoide. Jamais ele poderia escolher como emissário Leonardo Quintão, que falava mal dele. A saída de Quintão da disputa não foi honrosa, assim como a proposta para ele sair não deve ter sido honrosa. Vamos deixar de fazer campanha pelo jornal e vamos para o voto”, disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), integrante da linha de frente da campanha de Hugo Motta, sem detalhar qual seria a tal “proposta” que, segundo ele, foi feita a Quintão.

Lúcio Vieira Lima também pôs em dúvida o fato de o novo texto do Código de Mineração, relatado por Quintão, nunca ter ido à votação. “Em vez de ficar inventando factoide, devia dar explicação sobre por que ele foi afastado do relatório do Código de Mineração. Não sei por que razão ele ficou sentado em cima do relatório”, disse o aliado de Motta.

Segundo Quintão, ele foi afastado da relatoria do Código de Mineração em retaliação à declaração de apoio a Picciani. O presidente da Câmara indicou o deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG) como relator.

O mineiro disse que o relatório está pronto para votação desde o início de 2014 e que cabe ao presidente da Câmara pautá-lo. O texto, porém, foi incluído na pauta na semana passada por Eduardo Cunha. Quintão reafirmou ter tido a ideia de procurar Motta para conversar e disse que vai lutar para evitar uma “derrota avassaladora” de Eduardo Cunha e Hugo Motta.

Metralhadora

Governo
. Vieira Lima também disparou contra a presidente Dilma, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB) por interferirem na disputa.

Cunha diz que texto não obteve apoio

BRASÍLIA. 
Eduardo Cunha rebateu, nesta quinta, as afirmações de Leonardo Quintão de que não levou o texto do Código da Mineração à votação. “Em primeiro lugar, o presidente da Câmara em 2014 era Henrique (Eduardo Alves, PMDB-RN) Em segundo lugar, Quintão era relator na comissão especial e não conseguiu votar por falta de apoio”, disse. “Ele não consegue votar faz três anos. Não tem nada a ver com liderança”, retrucou Cunha, em resposta à alegação de Quintão de que foi destituído da relatoria do colegiado em retaliação ao seu apoio a Picciani. Cunha ainda disse ter colocado o texto na pauta do plenário na semana passada a pedido de Dilma Rousseff, em mensagem ao Congresso.