Atos

Protestos no Brasil e no exterior pedem impeachment de Bolsonaro

Em Belo Horizonte, manifestantes se reúnem na praça da Liberdade e, em seguida, fazem ato pelas ruas da capital mineira

Por Da redação
Publicado em 24 de julho de 2021 | 14:50
 
 
Em BH, manifestantes se concentraram na praça da Liberdade Foto: Uarlen Valério

Milhares de manifestantes voltaram às ruas do país neste sábado em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. É a quarta manifestação nos últimos dois meses. Entre as reivindicações, os manifestantes pedem o impeachment do presidente, mais celeridade no plano de vacinação e aumento do valor do auxílio emergencial. O ato é organizado por sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos.

Pela manhã, aconteceram atos em Berlim, na Alemanha, em Tóquio, no Japão, e em Lisboa, em Portugal, entre outros países.

No Brasil, houve protestos em várias capitais, como Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belém, Palmas, Teresina, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, São Luís, João Pessoa, Boa Vista e Maceió. Em Belo Horizonte, o protesto teve início às 13h30, na Praça da Liberdade. Em São Paulo, a manifestação também é à tarde, e será na avenida Paulista.

Frases como "Fora, Bolsonaro", gritos como “Vacina no braço” e “Comida no prato” são entoadas nos atos, que acontecem em meio a mudanças no governo e acusações de corrupção na compra de vacinas. Há também críticas às suspeitas de corrupção envolvendo militares no Ministério da Saúde e às ameaças à democracia por parte de Bolsonaro.

Os protestos ocorreram de forma pacífica. A maioria dos manifestantes usa máscara como medida de proteção contra o coronavírus. Em alguns momentos, porém, houve aglomeração, apesar dos alertas sobre distanciamento social.

BH
Na capital mineira, milhares de pessoas saíram de casa na tarde deste sábado (19) para se reunirem na Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, na região Centro-Sul, e protestarem pela quarta vez contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e em defesa da vacinação contra a Covid-19. Um gigante boneco inflável, representando o presidente como o capitão cloroquina, foi montado na entrada na praça. 

Organizado pelas redes sociais, o protesto “Povo na Rua, Fora Bolsonaro” reuniu mais uma vez diferentes movimentos populares, lideranças sociais, estudantes, professores, partidos políticos e centrais sindicais para pedir a saída de Bolsonaro da Presidência da República.  

A expectativa dos organizadores é manter o público que ocupou as ruas na capital mineira, no dia 19 de junho, estimado em cerca de 40 mil pessoas.

Assim como nas outras manifestações semelhantes realizadas na capital mineira, o protesto ocorre de forma pacífica. A maioria das pessoas usam máscara N95 ou PFF2, além de faceshild como medida de proteção contra o coronavírus. Elas também carregam álcool em gel na bolsa. 

Segurando faixas, cartazes e bandeiras nas mãos, os manifestantes gritam palavras de ordem como “Fora Bolsonaro”, “Vacina no braço, comida no prato”, “Emprego e auxílio emergencial”. A previsão é que eles saiam da Praça da Liberdade, desçam a avenida João Pinheiro, sigam pela avenida Augusto de Lima, contornem o Mercado Central até chegar na Praça 7, onde a manifestação será encerrada.

De acordo com Alexandre Boaventura, líder estadual do movimento Acredito, uma das lideranças  responsável pelo protesto, o ato de hoje além das pautas tradicionais como defesa da vacina e da democracia, defende dois pontos importantes. 

“O primeiro ponto é manter uma constância e mostrar que estamos mobilizados e que a nossa força não caiu, continua firme e a gente vai seguir assim enquanto continuar essas ameaças autoritárias desse desgoverno total que temos hoje no país. A outra pauta é combater o declarado pronunciamento do general Braga Neto que nesta semana, em um recado direto para o Artur Lira (presidente da Câmara), disse com toda naturalidade do mundo que se não tiver voto impresso não haverá eleição. Isso é um absurdo completo. A gente sabe que temos o direito de participar das eleições democráticas, um direito de todo brasileiro, e não podemos deixar que o governo passe por cima disso, rasgue a constituição e venha com ameaças para intimidar o povo e qualquer pessoa que esteja em defesa da democracia hoje”, afirma.

A funcionária pública aposentada Iracema de Moura, de 58 anos, veio para a manifestação acompanhada de um amigo. “Estou mais uma vez nas ruas, desde a posse desse presidente, para que ele seja deposto, apeado do poder não por doença ou facada, mas pelo povo.  Ele não enganou ninguém, tudo que ele prometeu foi colocado em prática e muito mais, chocando o mundo e o Brasil. Considero ele o responsável por quase todas as mortes. Foi tudo calculado para não ter vacina, não houve nada acidental. Ele é um perfeito genocida”, diz.

O auxiliar de escritório, Gustavo Henrique Batista de Paula, de 27 anos, veio de Ponte Nova, na Zona da Mata, para participar do protesto. “Eu acredito na democracia e nós precisamos, de fato, de um país melhor. Infelizmente a gente tem um genocida na presidência da república, que recusou vacinas e as mortes estão acontecendo. Por isso, temos que protestar contra isso. Esse não seria o momento ideal de sair às ruas, mas temos um governo pior do que o vírus. Em outros países, a vacinação está andando mais rápido e as pessoas estão voltando a vida normal. E o Brasil continua parado, a economia não está andando, o desemprego aumentando e as pessoas estão na miséria”, afirma.