Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo site Poder 360 aponta que a aprovação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem aos poucos melhorando nas últimas semanas e retomando os patamares anteriores à pandemia do novo coronavírus. Os números apontam que, hoje, o Brasil está absolutamente dividido entre aqueles que aprovam o governo atual (45%) e os que reprovam (45%). E isso é um alívio para os aliados do presidente que pretendem disputar as eleições municipais deste ano.
É um fato que, desde que ficou mais calado e evitou confrontos diretos com os demais Poderes, Bolsonaro mais ganhou do que perdeu. Recuperou parcela de apoio e começou a equilibrar o jogo. A mudança é lenta, sempre na margem de erro, mas contínua. Se perdurar, fará com que o presidente seja popular às vésperas da disputa municipal.
Aliados sabem que o apoio de Bolsonaro hoje é capaz de ajudar alguém a ir para o segundo turno, mas a rejeição ao presidente também é suficiente para impedir uma vitória. Por isso, essa leve mudança deve ser comemorada por aqueles que querem ter o chefe do Executivo ao seu lado no palanque. Mas isso não significa que a situação é confortável. Há entraves no caminho.
Bolsonaro contou com a melhora da popularidade no eleitorado de renda mais baixa, graças ao auxílio emergencial pago pelo governo. É preciso ver se durará até outubro. O governo já indicou que até pode prorrogá-lo, mas não por muito tempo. Além do mais, há a reforma tributária, que tende a mexer um pouco com o humor de parte do eleitorado.
Hoje, o instituto PoderData mostra que a avaliação de Bolsonaro é melhor entre o eleitorado que recebe de cinco a dez salários mínimos. Os primeiros relatos acerca do impacto da reforma indicam que essa faixa populacional deve ser justamente a mais afetada na reforma. Estima-se que, para ampliar a isenção de impostos dos mais pobres e para turbinar o Renda Brasil, a mudança aumente os impostos nesta faixa, com o fim das deduções e a criação de um imposto sobre transações digitais.
A pesquisa também traz cenários para 2022 mas, há dois anos das eleições, não há qualquer razão para que levemos a sério tais levantamentos. Não significam nada. Não há candidatos colocados e há apenas uma reflexão sobre o recall de cada um deles. Aparece na frente, claro, quem é mais lembrado hoje. É uma inutilidade, portanto.