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De tanto tentar, o Novo conseguiu tirar do cargo o então secretário de governo Custódio Mattos. A decisão foi tomada ontem pelo governo após algum tempo de fritura em banho-maria. Pesou para a mudança de ares também algumas insatisfações vindas da Assembleia Legislativa, o que fez com que o jogo se desequilibrasse contra Custódio. Certo, porém, é que a derrota do tucano é a vitória de um projeto mais ideológico do partido do governador, que vinha perdendo mais do que ganhando na própria casa.
Mas a pretensa mudança traz outras inquietações. A principal delas é sobre os efeitos que a possível chegada do deputado federal Bilac Pinto, dado como certo no cargo por setores do governo e do Legislativo, terá no futuro político mineiro. Bilac é próximo do senador Rodrigo Pacheco (DEM), considerado virtual candidato ao governo do Estado em 2022. Há muita gente no meio político que não entende bem a decisão de Zema de entregar o posto para alguém que pode ajudar um provável adversário no futuro.
Embora Bilac tenha bom trânsito entre os políticos, a forma com que a troca foi feita também gerou incômodos. Os atropelos da articulação que culminou na saída de Custódio não foram benéficos para melhorar o clima entre o governo Zema e os deputados. Muita gente não gostou de ficar sabendo pela imprensa sobre a mudança. O TEMPO e a rádio Super divulgaram a informação com exclusividade ao longo do dia, após apuração da colunista Fransciny Alves. Após negativas do governo por algumas horas, a informação foi confirmada.
Curioso também é o fato de que a saída de Custódio, com iminente entrada de Bilac Pinto, acaba por ajudar Marcus Pestana, ex-deputado também do PSDB de Juiz de Fora, mas que nunca foi do grupo do secretário que está de saída. Ele é suplente de Bilac e voltaria à Câmara dos Deputados. Aliado de primeira hora de Aécio Neves, ele voltaria à cena política pelas mãos de uma articulação do partido Novo.
Ouça o comentário do editor de Política Ricardo Corrêa
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